“CABÔ O GÁIS”

Meu feijão tava no fogo...

Já num tinha o qui fazê;

Daqui a pôco chega o povo,

— O qui é qui "vão" cumê?...

Meu feijão istava duro...

Num deu tempo — amulecê;

Inda bem qui tem pão duro,

Qu’é pro bucho — arrezorvê!

Quand’o diacho desse forno,

— Inventô di fumaçá...

Eu pedi p’ra esse corno,

Dá um jeito di arrumá...

Cumpádre, ele é priguiçoso,

Só inténdi di cuchilá...

Pois num vai cumê nem osso...

— P’ra aprendê a cuzinhá.

Levanta e vai buscá lenha...

— Na bêra do igarapé...

Apruveita e tráis a Lena,

P’ra ajudá fazê o café...

Anda logo co’ esse trem... —

Qu’eu já tô di saco cheio!...

Pois cês vão comê o xerém,

Qu’eu num quero nada alheio!

Paulo Costa (Pacco)

Pacco
Enviado por Pacco em 06/04/2010
Reeditado em 24/02/2024
Código do texto: T2181230
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