São Luiz do Paraitinga (Águas vermelhas a navegar...)
Chove... Chuva...
É preciso chover...
Aguar a plantação
Tirar a poeira das ruas de pedra
Umedecer o telhado colonial.
Chuva que inspira o compositor
Nas trovas, nas marchinhas
Em fevereiro no Carnaval.
Na festa do Divino
Em devoção na matriz
Pede-se chuva o ano inteiro
Água pura para beber
Água no rio para vencer.
Vencer a correnteza...
No rio a desbravar
Paraitinga, Paraibuna... Vamos navegar.
Numa ligação umbilical
O rio e a cidade
O homem e o rio
A fé e o homem
O homem dentro do rio.
Choveu... Chuvarada...
Rua... Enxurrada...
Em meio à água vermelha.
Água vermelha que cobre...
Anos de histórias e vitórias
Tradições e memórias
Tudo levou...
Da matriz São Luiz de Tolosa...Somente a saudade deixou.
Dos casarões coloniais...
Muita coisa levou...
Em meio ao entulho... Santos e terços... Foi o que restou.
“Aqui nasci, cresci e permaneci”
Diz o luizense desolado...
Fixado a lama vermelha
“Meu Divino Espírito Santo
Dai-me conformidade”.
Assim num gesto compassivo
Todos unidos a trabalhar
Construir suas moradas
Realizar sua empreitada.
Lágrimas a cair...
Vendo tudo desabar
Desabafo num ombro amigo; mãos unidas a rezar.
Tradição... Fé...
Esperança... Força...
São Luiz do Paraitinga
Como uma fênix ressurgirá
Não das cinzas, mas das águas vôo vai alçar.
Das águas vermelhas do rio...
Assim voltará...
A encantar pessoas de todo o mundo
Força... Quero ver-te sempre viva a rezar e encantar!