Lambe-lambe
Um dia...
Me lembrei de você
Corri até a velha caixa
E num pequeno binóculo te encontrei.
Era época de festa
Dias de pagar promessas
Atravessei a passarela
E no largo da matriz te avistei.
O quitute estava de lamber os beiços
O sorvete um favo de mel
E, num sorriso maroto,
Fotografia fomos tirar.
Foi de uma lambe-lambe
Que sua recordação ficou...
Guardada na memória
Num dia quente de muito sol.
Espero que estejas bem
Em sonho sinto seu amor
Muitas cartas te escrevi
Porém, sem resposta fiquei.
Estou aqui...
Sempre a te esperar...
Aqui nessa pracinha,
Nada mudou.
No coreto ainda tocam bandas
No chafariz a água jorra
Bolinhas de gude...
Alegram as crianças na praça.
Seu Tico Lambe-lambe já não vive mais
A ele, tenho eterna gratidão
Graças a seu talento
Tenho o registro do meu grande, eterno e único amor.