Carro de boi
Foi de manhãzinha...
Que na fazenda vizinha
Ao lado de vovó Terezinha
Encontrei Nhô Juca Paulino.
Ele estava meio arredio
Disse que estava veiaco
Não podia deixar
Seu Maneco de lado.
Seu possante estava pronto
Tudo no ponto
As encomendas pra venda
Pinga, queijo, farinha e goiabada.
Zoiúdo com seus chifres arqueados
Com a carroça presa no laço...
Bem alimentado, espera com as quatro rodas no chão
É ele o responsável a chegar na venda do Mané João.
A viagem é longa...Dura um eito
Ma não tem problema não; o prazer está em observar
A boniteza das correntezas...
Que cortam o capoeirão.
Meu carro de boi é cuidado
Com zelo e dedicação
Que orgulho eu tenho
De ser filho do sertão.
Sertanejo eu sou...
Da viola não abro mão
Danço numa catira
Modéstia parte... Sô bão.
Um dia, meu amigo,
Quero que conheça minha terra
Aqui é uma beleza
Tudo é motivo de festa.
Lá "pas banda" de São Paulo
Vive-se muito agitado
Não abro mão disso não
Só me traz alegria e boa recordação.
Quando "vié", venha com tempo...
Te apresento minha casa e minha família
Que com a graça divina
Só me traz satisfação.
É das coisas da roça
De um carro de boi
Que jamais esqueço e me enobreço
Natividade da Serra sou teu filho de berço!