Carro de boi

Foi de manhãzinha...

Que na fazenda vizinha

Ao lado de vovó Terezinha

Encontrei Nhô Juca Paulino.

Ele estava meio arredio

Disse que estava veiaco

Não podia deixar

Seu Maneco de lado.

Seu possante estava pronto

Tudo no ponto

As encomendas pra venda

Pinga, queijo, farinha e goiabada.

Zoiúdo com seus chifres arqueados

Com a carroça presa no laço...

Bem alimentado, espera com as quatro rodas no chão

É ele o responsável a chegar na venda do Mané João.

A viagem é longa...Dura um eito

Ma não tem problema não; o prazer está em observar

A boniteza das correntezas...

Que cortam o capoeirão.

Meu carro de boi é cuidado

Com zelo e dedicação

Que orgulho eu tenho

De ser filho do sertão.

Sertanejo eu sou...

Da viola não abro mão

Danço numa catira

Modéstia parte... Sô bão.

Um dia, meu amigo,

Quero que conheça minha terra

Aqui é uma beleza

Tudo é motivo de festa.

Lá "pas banda" de São Paulo

Vive-se muito agitado

Não abro mão disso não

Só me traz alegria e boa recordação.

Quando "vié", venha com tempo...

Te apresento minha casa e minha família

Que com a graça divina

Só me traz satisfação.

É das coisas da roça

De um carro de boi

Que jamais esqueço e me enobreço

Natividade da Serra sou teu filho de berço!

LUCIANO MOREIRA
Enviado por LUCIANO MOREIRA em 11/02/2010
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T2081919
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.