Recanto caipira
A noite desce serena
Com o sereno a paz na palhoça
O lume é a luz da lua
Clareando a treva espantosa.
A alvorada tem cheiro de orvalho
E o gorjeio dos velhos galos
Que se despe de qualquer receio
Despertando o povoado.
O medo é conto cantado
No dedilho de um trovador
É prosa pra manter as crianças
Afastadas do corredor.
O ar se respira das matas
Que cerca a grande choupana
O verde causa inveja
Ao cinza que vem na distancia.
O bronze se ganha no cabo
Que puxa terra e terrões
Também na rocha da encosta
Quando se banha no ribeirão.
Neste recanto não existe enchente
Aqui se conhece as cheias
É o rio buscando refugio
No momento, que o arroz cacheia.
Voz que mora na cidade
E um dia aqui morou
Sabe que não digo vantagens
Das vantagens de quem ficou.
...........” Catarinon Salvador “.