Sertão dominical

Fugindo do braseiro ardente

De madeira incandescente

Escapulindo pelo ajuntado de barro

No pequeno fogão a lenha

Espalha-se a fumaça inodora

Por nosso gigante espaço

Um aroma matinal

Café rebolindo na chaleira

Desperta a meninada

Os pequenos de chupetas

Os maiores de avental

Riso, gritos, reboliço...

Desde a estreita cozinha

Até o alargado quintal

O galo estrala num canto

Levando o galinheiro ao espanto

No curral, mugidos do boi sabá.

O sol ainda boceja

Preguiçoso! Desperta de traz dos montes

Raiando de luz, o arraial.

É tempo de falar do tempo

Sonorizar os instrumentos

Afinar a viola de cedro

É tempo de compadre, de comadre,

Discutir o que farão do dia

Vestir - sem de visita, ir passear,

Ou ficar quebrar o milho verde

E preparar um curau...

...

...........” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 20/10/2009
Reeditado em 21/10/2009
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