VEISSE...
Abancada na batela da porta
Cavucano o didim com a unha
A véia pensa na vida
Nas sua vorta e vinda
Olhano o sor se por
Barriguinha já cheia..
Cabelos desalinhado..
Branquisento pelo tempo
Zoio perdido no horizonte
O gato á sua vorta
Rodopia atráis de uma barata
Que já zonza cambaleia
Tentano fugi do bicho...
Sodade do tempo veio
Quando ela era jóve
Os peito firme que nem dois mamão
Que hoje dispenca e cai..
Seguro pra não ir pro chão...
Cabelo caino,vista embaraçada
Perna bamba trupicano os pé
Nem gosta de olhar no espeio
Purque os dente cairu
Ficando so o do meio
As carne do braço sumiro
E lá vem as grossa veia
A véia ta de cabelo ralinho
E oiando é pura oreia...
No terrero da fazenda
A danceira era boa..que sodade
Se esfregando nos mulato
Com os peito tudo empinado
E a bunda arrebitada
Agora..Num tem mais peito
São dois mamão de corda
Ninguem qué,ninguém oia
Que nem dá prá aparpá
De tanta muchiba dá..
Agora num tem mais nada..
A noite que era fogosa
Agora so serve mesmo
Pra drumi e prá sonhá
Que triste ficá-se véio
E tê que vivê de sonho
E oiando pela janela
Parece tudo vortá
Vê aquela moça que foi bunita...
No terrerao se sumindo...
Entre a fumaça do tempo...
E as coisa do pensamento...
Sorrindo na festa a dançá...