VEISSE...

Abancada na batela da porta

Cavucano o didim com a unha

A véia pensa na vida

Nas sua vorta e vinda

Olhano o sor se por

Barriguinha já cheia..

Cabelos desalinhado..

Branquisento pelo tempo

Zoio perdido no horizonte

O gato á sua vorta

Rodopia atráis de uma barata

Que já zonza cambaleia

Tentano fugi do bicho...

Sodade do tempo veio

Quando ela era jóve

Os peito firme que nem dois mamão

Que hoje dispenca e cai..

Seguro pra não ir pro chão...

Cabelo caino,vista embaraçada

Perna bamba trupicano os pé

Nem gosta de olhar no espeio

Purque os dente cairu

Ficando so o do meio

As carne do braço sumiro

E lá vem as grossa veia

A véia ta de cabelo ralinho

E oiando é pura oreia...

No terrero da fazenda

A danceira era boa..que sodade

Se esfregando nos mulato

Com os peito tudo empinado

E a bunda arrebitada

Agora..Num tem mais peito

São dois mamão de corda

Ninguem qué,ninguém oia

Que nem dá prá aparpá

De tanta muchiba dá..

Agora num tem mais nada..

A noite que era fogosa

Agora so serve mesmo

Pra drumi e prá sonhá

Que triste ficá-se véio

E tê que vivê de sonho

E oiando pela janela

Parece tudo vortá

Vê aquela moça que foi bunita...

No terrerao se sumindo...

Entre a fumaça do tempo...

E as coisa do pensamento...

Sorrindo na festa a dançá...

lekamineira
Enviado por lekamineira em 09/09/2009
Reeditado em 10/09/2009
Código do texto: T1800765
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