CANTIGA DE PASTOREIO
Deitado na lama do curral
Bebendo água da chuva
Olhando a teta da vaca
Ali é o circo de Ursula
Eu quero o medo todinho
Porém, o medo não me quer!
Eu quero o vento que sinto
Vento, venta e saia da mulher
Venta de boi, twist e seus filhos
Bezerro salame a carne fresca
Memória de um pastoreio
Na roda de um carro de boi
Eu quero o medo
Porém, o medo não me quer!
Eu amo o vento
Que esvoaça cabelo e mulher
Agora é tempo marca boi e marca boiada
Montagem no pêlo serena
Arado sujo escravo na madrugada
Seguindo a trilha semente aperreada
Eu quero o medo
E o medo não me quer
O pouco é menor e menor é o moderno
Na maciez de uma cortez mulher
Seu corpo ao entorno virá
Será loucura em casa
Vista de cima é um rio
Alagoas, lagoa de asas
Eu quero o medo
Porém, o medo não me quer!
A noite é toda formosa
Viva a doçura da mulher
MOISÉS CKLEIN.