A lenda

A Lenda

Helomar Gama

A noite estrelada e escura,

A beira do fogão de lenha

O cigarro de palha entre os dedos,

E ele a narrar causos, aventuras,

Façanhas e segredos

Mistérios vividos

Nos rios da amazônia.

Morando na beira do rio.

Sempre à tardinha

Avisava que à noite ela vinha

Procurando cedo se agasalhar

Para esperar ela chegar,

Pois medo dela

Ele já não tinha.

Aquela coisa misteriosa

Da água saia

Tão poderosa

Em volta em uma bruma fria

Tão leve, como o ar parecia.

Da escada para o trapiche

Ao quarto se encaminhava,

Como um fantasma,

A porta ultrapassava

Sem tocar em nada

Como coisa que não existe.

Ela parava ao chegar no meu leito

Eo coração quase a saltar do peito

Enrolado no lençol,me encontrava

Queria olhar, mais a coragem não dava

E ela com a mão tão leve e fria

A acariciar meu rosto insistia,

Até chegar no meu peito.

Assim todo tempo acontecia

A noite quando ela aparecia

A tarde ficava fria

Acostumado, ele até já esperava

A anos, de novo tudo se repetia

E assim tudo se realisava.

Mais um dia,

A curiosidade e a coragem lhe veio atona

Hoje eu vejo essa dona

Que há tempos, nesta paragem,

A noite me acaricia

No dia seguinte me preparei

E tudo aconteceu como planejei

Quando ela se aproximou

Rapidamende do rosto o lençol arranquei

E derrepente olhei,

E vi algo sensacional

Uma menina linda, envolta num manto

De cabelos compridos e rosto angelical

Parecia um encanto

Sua pele branca, como uma duna de sal

De uma beleza virginal

Que há tempos me aparecia

Sem me fazer nenhum mal.

Deste dia em diante,

Ela desapareceu completamente

Nada foi mais como antes

Tudo ficou diferente,

E a solução deste mistério,

Não é para nenhum ser vivente

Pois isso são lendas e mistérios da floresta

Que aparecem

E desaparecem simplesmente.