O Capitalismo e a Televisão
Ontem na minha varanda
Eu num tinha o que fazê...
Pensei nas coisa da vida,
As que passa na TV.
Fiquei muito aperriado!
Digo, decepcionado!
O mundo tá bagunçado
E nóis tem que si Valê.
Vi tanto comercial,
promoção “só amanhã!”
Um tar de “manda a mensagem”
Concorrendo a uma vam.
As criança assistindo,
A conta de luz subindo,
Os banquêro tudo rindo
e nóis indo pro divã.
Num dianta ir na escola
Aprendê o Bêabá.
Se quando chega em casa
Outra professora está.
Ensina como fazê
Pra não fazê o devê,
Puxá na internet e vê
Tudo que era pra istudá.
É tanta papagaiagem,
Tanta prosa e sorrisim;
Mintira sobre mintira
Só pra nóis gastá dim-dim.
Ninguém qué sabê no fundo
O efeito que faiz no mundo,
Num sistema moribundo
Que já tá quase no fim.
Um tar de capitalismo
Que veio e é pra ficá.
Deixa o povo tudo bobo
Sem aprendê compará.
Num pode vê uma oferta
Que fica de boca aberta,
Sem esperá a hora certa,
Sai correndo e vai comprá.
O monopólio que existe
Das grande organização.
Que faiz o povo pagá
Cinquenta centavo o pão.
Desse jeito o coro come,
O povo morre de fome,
Inda vai dizendo o Hôme:
- to formando cidadão!
“O nosso país é grande
E o povo pensa pequeno...
Vou aumentar os impostos
Para sair do veneno.”
Num vê o nosso Quirido
Que tá quais tudo perdido,
Nóis tá tudo ismilinguido
E vamo acabá morrendo.
Por isso vai meu aviso
Num caia na ilusão.
Pra comprá as coisa é fácil
Seiscentas mil prestação.
Num se afunde no dinheiro,
Seja um cabra ligeiro,
Pode andá o mundo inteiro
E aproveitá de montão.