CASA NO MATO

Casa no mato onde moram roceiros,

gente ocupada com as coisas de lá.

Gente amiga de poucas visitas,

gente que a gente só vê passar.

Lançam nas estradas suas léguas e somem,

onde vão ninguém sabe, vão longe e voltam.

Gente sumida, gente que a gente só vê.

quando nas vendas e no comercio se soltam.

Senhoras maduras homens de olhar rude,

moços curtidos pelo sol, fortes do trabalho,

moreninhas bonitas que riem atoinha,

e esticam as roupas quaradas no pé de carvalho.

Cães gordos e assutadiços dão logo o sinal,

a estranhos chegados na casa toda de branco.

galinhas patos perus e porcos no chiqueiro,

e numa varandinha miúda o arremedo de um banco.

por certo um café ralinho e uma prosa qualquer,

para romper logo, sem atrapalhar e despedir.

E se afastar vendo a casa cada vez mais longe,

sumir na paisagem verde como a gente dali.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 17/03/2009
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1491792
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