O Direito à Educação
As veiz eu me questiono
Sobre a tar da Educação;
Não é preciso ir longe
Para chegar à conclusão.
A gente afundado aqui,
Tem escola pra nóis ir,
Quando eu crescê e consegui
Vô gritá: “Sô Cidadão!”
Minha educação é boa
Aprendi lá na escola.
Pra crescê, ficar bonito
E nunca pedir esmola.
Fazê continha de mais,
Oiá como o zôto faiz,
Não sê passado pra traz,
Nem parar de jogar bola.
Meus amigo lá da roça
Que já tá tudo grandão.
O Zé, o Tião e o Marquinho
Sobrinho do Alemão.
Fica na rua brincando,
Soltanto pipa, nadando,
Sarro de mim, tão tirando
Dizendo que é muito bão.
Mas é que eles num sabe
Duma lei que já saiu.
Lá diz que todos menino
E as menina do Brasil
Tem que ir para a escola,
Não é só pra jogar bola,
Que um dia chega a hora
De nóis ser gente de Brio!
Já pensô nóis tudo grande,
Tudo formado Dotor...
Todo mundo endinheirado,
Cheirando igual uma flor.
Por isso que a gente estuda,
Pra vê se essa coisa muda,
Paramos, pedimo ajuda
Para os nossos professor.
Eles disseram pra gente
Que o estudo é garantido
Pela lei de oitenta e oito
Que passô despercebido.
Esse documento existe
Que é pra nóis não ficá triste,
Por isso que os pai insiste
Em vê nóis tudo crescido.
Os meus ano na escola
Me trouxe o que eu sempre quis;
Me deu casa, carro e luxo
Té levantei o nariz.
Me tornei homem valente,
Homem que bate de frente,
Mata na unha a serpente
E vive sempre feliz.
Finalizando eu digo
Pra vocêis me escutá.
O segredo tá na lei
É só querê pesquisá.
O mundo tá se apertano,
As coisa tão piorano,
O pensamento acabano,
O negócio é estudá.