O Caboclo

Caboclo que do alto da serra,

Olha o verde de sua terra

E respira o ar diferente.

Para falar com a natureza

E sentir sua beleza

Só o homem da terra sente.

Caboclo feliz e sorridente

Que vive sempre contente

E livre na natureza

Anda de pés no chão

Este anônimo irmão

E símbolo de singeleza

Caboclo que anda pelas estradas

Olhando as flores molhadas

Da chuva que molhou seu chão

Ele parece a cobra esverdeada

Que mistura nas ramadas

Das matas do seu sertão

Caboclo que levanta na madrugada

Antes que a passarada

Comece o seu cantar

No ombro a cabeça e o machado

Vai labutar no roçado

Para a família sustentar

Quando chega a noite de natal

Na sua palhoça tudo é igual

Não existe nada diferente

Recolhe com sua família

Ouve o rádio de pilha

Sem ceia e sem presente

Seu filho na cama de vara

No colchão de palha se ampara

E das estrelas recebe a luz

Sem nenhuma intenção

O matuto do sertão

Um presépio reproduz

Do lado de fora, no terreiro

Galo, burro, boi e carneiro

E no céu a estrela guia

Em sua morada de palha

A família ele agasalha

Como fez Jesus, José e Maria

Otaviano de Carvalho
Enviado por Otaviano de Carvalho em 08/12/2008
Código do texto: T1325491
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