O Caboclo
Caboclo que do alto da serra,
Olha o verde de sua terra
E respira o ar diferente.
Para falar com a natureza
E sentir sua beleza
Só o homem da terra sente.
Caboclo feliz e sorridente
Que vive sempre contente
E livre na natureza
Anda de pés no chão
Este anônimo irmão
E símbolo de singeleza
Caboclo que anda pelas estradas
Olhando as flores molhadas
Da chuva que molhou seu chão
Ele parece a cobra esverdeada
Que mistura nas ramadas
Das matas do seu sertão
Caboclo que levanta na madrugada
Antes que a passarada
Comece o seu cantar
No ombro a cabeça e o machado
Vai labutar no roçado
Para a família sustentar
Quando chega a noite de natal
Na sua palhoça tudo é igual
Não existe nada diferente
Recolhe com sua família
Ouve o rádio de pilha
Sem ceia e sem presente
Seu filho na cama de vara
No colchão de palha se ampara
E das estrelas recebe a luz
Sem nenhuma intenção
O matuto do sertão
Um presépio reproduz
Do lado de fora, no terreiro
Galo, burro, boi e carneiro
E no céu a estrela guia
Em sua morada de palha
A família ele agasalha
Como fez Jesus, José e Maria