Pelos caminhos do sertão

 

Hoje ao me sentir cansado de tanto andar

Procurei uma praça e um banco pra sentar

Um carro de luxo chamou a minha atenção

Uma jovem tão bonita... Estava na direção.

Descendo do carro veio sentar a meu lado

Pedindo licença, num gesto bem educado,

Olhando-me nos olhos foi logo perguntado

Que roupas são estas que você esta usando.

 

Com educação, pra aquela jovem respondi.

 

Não repare moça o meu jeito de vestir

Lá de onde eu venho o luxo não existe

Nada é artificial, nem tem arranha-céu.

 Se, lá eu vivo feliz... Aqui eu vivo triste.

 

Eu levanto cedo vou pra roça trabalhar

Levando no ombro minha velha enxada

Sem esquecer o velho chapéu de palha

Pois, sem ele lá na roça não sou nada.

 

Lá na roço tenho um velho carro de boi

Esta tem sido a minha única condução

Eu não preciso de um carro importado

Pra andar... Pelos caminhos do sertão!

 

Quando acabei de falar, ela respondeu.

Lá de onde você veio... Eu venho também

O carro e a roupa são coisas da cidade

Sei que lá no sertão nada disso cai bem.

 

Este sertão... Onde você tanto se inspira

É o sertão, onde aprendi dançar catira,

Não leve a mal, eu também sou caipira!

 

Lagoa dos Patos: 11 / 11 / 2008

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Volnei Rijo Braga
Enviado por Volnei Rijo Braga em 11/11/2008
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T1278480
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