Pelos caminhos do sertão
Hoje ao me sentir cansado de tanto andar
Procurei uma praça e um banco pra sentar
Um carro de luxo chamou a minha atenção
Uma jovem tão bonita... Estava na direção.
Descendo do carro veio sentar a meu lado
Pedindo licença, num gesto bem educado,
Olhando-me nos olhos foi logo perguntado
Que roupas são estas que você esta usando.
Com educação, pra aquela jovem respondi.
Não repare moça o meu jeito de vestir
Lá de onde eu venho o luxo não existe
Nada é artificial, nem tem arranha-céu.
Se, lá eu vivo feliz... Aqui eu vivo triste.
Eu levanto cedo vou pra roça trabalhar
Levando no ombro minha velha enxada
Sem esquecer o velho chapéu de palha
Pois, sem ele lá na roça não sou nada.
Lá na roço tenho um velho carro de boi
Esta tem sido a minha única condução
Eu não preciso de um carro importado
Pra andar... Pelos caminhos do sertão!
Quando acabei de falar, ela respondeu.
Lá de onde você veio... Eu venho também
O carro e a roupa são coisas da cidade
Sei que lá no sertão nada disso cai bem.
Este sertão... Onde você tanto se inspira
É o sertão, onde aprendi dançar catira,
Não leve a mal, eu também sou caipira!
Lagoa dos Patos: 11 / 11 / 2008