Alma Sertaneja

ALMA SERTANEJA

(Paulo Teodoro Oliveira)

Que saudade dos verdores,

Da poeira dos tratores

Em tempo de plantação!

Das sementes espalhadas

Cobrindo a terra tombada,

Germinando o rico chão.

Da chuva torrencial

Que inundava o pantanal

De Mato Grosso do Sul,

Natureza preservada,

Realeza consagrada

Onde reina o Tuiuiú...

Sinto falta da alegria,

Da gostosa pescaria

Sob a luz dos vaga-lumes,

Do balé da piracema,

Naquelas águas serenas

Onde agitavam cardumes.

Aprendi com a saudade,

Que mais vale a liberdade

Em meu rancho tão querido,

Que o glamour desnecessário

De um capitalismo precário

Que massacra os desprovidos.

Nestes versos eu lamento

A floresta que aqui dentro

Do meu coração caipira,

Triste, perde sua vida...

Suas flores coloridas...

Seus encantos, suas liras!

O destino tão cruel!

Escondera o meu chapéu

Na ingratidão da saudade,

Arrancou da minha espora,

A estrela que enfeita agora

No turvo céu da cidade.

Deus! Minh’alma é sertaneja...

São os campos que ela adeja...

A cidade é um aclive,

Que não deseja escalar...

Deus! Permita-lhe voltar...

É da terra que ela vive!

Teodoro Poeta
Enviado por Teodoro Poeta em 26/10/2008
Código do texto: T1249615
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