Fitinha branca
E eu alembro de ocê
Ino tão bunita,
Cum seu vistido de xita
Novim, novim, cumprado na cidade.
Nas suas mão balangava um rusaro,
Cum santim que o padre Genaro
Te deu e abençuô.
Alembro dos seus cabelo preso
Pur uma fitinha branca
E do coração ninguém arranca
A sordade que me amufina.
Ocê se foi pra bem longe
E ninguém sabe adonde
Ocê foi se iscondê.
Ai! A tristeza me machuca
Ao imaginá cumo te amei
E quantas vêiz inté sonhei
Tê ocê pra minha muié.
Tê suas mão maciinha
Sigura intrimei das minha
Que é grossa, mais sabe acarinhá.
Mais ocê se meteu a bacana,
Passô um batão na boca,
Saiu numa vaidade loca,
Ino imbora pra bem distante.
Levô inté o vistido de xita,
Dexô cumigo a branca fita
Pra inxugá a água do oiá.
Mais ocê vai vortá!
Nem que passe muitos Janêro
Vai alembrá desse cumpanhêro
Que inda tá te esperano,
Dibaxo do pé de manga,
Cum a mesma fitinha branca
incardida pelo meu prantiá.