Meu Cerrado

Depois que a chuva passa,

Do chão levanta fumaça,

Nesta terra aquecida.

A água formando bolhas,

E pingo d’água nas folhas,

Das árvores verdes e floridas.

Estas árvores torcidas,

Jamais serão esculpidas,

Ninguém tem a doce magia.

O adorno da natureza,

E a cópia desta beleza,

Mãos de escultor não criam.

Às vezes fico parado,

Olhando o campo molhado,

Aí me vem na lembrança.

Do araçá, pequi, guabiroba,

A saudade se redobra,

Dos meus tempos de criança.

Pulando dando bicada,

Ciscando a terra molhada,

Carcará, siriema e gavião.

Longe da maldade dos homens,

Tranqüilos matando a fome,

Catando insetos no chão.

Otaviano de Carvalho
Enviado por Otaviano de Carvalho em 24/09/2008
Código do texto: T1194557
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