Vaidade

Quem me ouve falar,

Pode muito bem pensar,

Pensam mas não rechaçam.

Conheço do caviar ao feijão,

De empregado ao patrão,

Do Whisky a Cachaça.

Ser autêntico ou caipira

E viver sem mentiras,

Mostrando seu real valor.

Sinto mais confiante

E bem mais gratificante

Ser no campo agricultor.

Vivo também na cidade,

Até na sociedade,

Do banquete ao sarau.

Da competição desenfreada,

Da vida condicionada,

Eu prefiro o meu curral.

Como os dois lados, eu conheço,

Posso falar sem tropeço,

Como manejo o meu laço.

Diz o provérbio do roceiro,

Com o seu jeito brejeiro,

Passando a cana fica o bagaço.

O cheiro que o matuto sente,

Guarda na sua mente,

E tenta explicar com clareza.

Não se compra em nenhuma praça,

A gente recebe de graça,

Dado pela natureza.

Quando estou nesse chão,

Que construí com o coração,

Faço tudo parar.

O que fica aqui dentro,

Deste peito sedento,

São coisas pra recordar.

Ouvindo os pássaros cantando,

Sinto que estão chamando,

Pra com eles se juntar.

Juntos na madrugada,

Cantando na alvorada,

Pra natureza acordar.

Otaviano de Carvalho
Enviado por Otaviano de Carvalho em 02/08/2008
Código do texto: T1109521
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