Rotina da roça

Lá pras bandas do Canavial depois do Lajeado

Mora o Ditinho Sanfoneiro, filho do Zé Vermelho

Aquele famoso Zé, o que nunca comprou fiado

Esse acontecido também é bom, mas fica aqui adiado.

Ele, o Ditinho, é trabalhador e de muito pouco proseio

Mora sozinho o moço e gosta de sê sanfoneiro

Naquele cafundó de mundo

O Ditinho é muito feliz

Toca a safoninha vermelha

E é tudo que sempre quis

Tem uma rocinha bem cuidada toda plantada de banana

No alto daquele morro onde ninguém quer se aventurar

Levanta-se bem cedinho e apronta a matula

Vai pro eito’inda escuro e trabalha quase sem descansar

Volta de calo na mão quando já é noite escura

Mas sábado é dia sagrado pro moço se divertir

Fica na soleira da porta cantando o dia todinho

Tocando sanfoninha e cantando até o dia se í.

Entra um sábado e sai outro, e o Ditinho a repetir

Naquela solerinha de barro, fica o moço sozinho.

Cantando modinha e tocando até o dia parti.

ANA MARIA MARUGGI
Enviado por ANA MARIA MARUGGI em 18/06/2008
Código do texto: T1039905
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