Rotina da roça
Lá pras bandas do Canavial depois do Lajeado
Mora o Ditinho Sanfoneiro, filho do Zé Vermelho
Aquele famoso Zé, o que nunca comprou fiado
Esse acontecido também é bom, mas fica aqui adiado.
Ele, o Ditinho, é trabalhador e de muito pouco proseio
Mora sozinho o moço e gosta de sê sanfoneiro
Naquele cafundó de mundo
O Ditinho é muito feliz
Toca a safoninha vermelha
E é tudo que sempre quis
Tem uma rocinha bem cuidada toda plantada de banana
No alto daquele morro onde ninguém quer se aventurar
Levanta-se bem cedinho e apronta a matula
Vai pro eito’inda escuro e trabalha quase sem descansar
Volta de calo na mão quando já é noite escura
Mas sábado é dia sagrado pro moço se divertir
Fica na soleira da porta cantando o dia todinho
Tocando sanfoninha e cantando até o dia se í.
Entra um sábado e sai outro, e o Ditinho a repetir
Naquela solerinha de barro, fica o moço sozinho.
Cantando modinha e tocando até o dia parti.