O POMO DA DISCÓRDIA - 2
CONCURSO DE BELEZA
O pastor jovem
Páris foi escolhido.
Vai ser o único jurado.
Ele vai escolher quem...
Athena, Afrodite ou Hera?
Decisão ingrata.
Quando se escolhe quem não erra.
Cada uma fez sua oferta.
Primeiro Hera, a rainha:
“Escuta a proposta
Minha
Mortal cuidador
De ovelhas. Muita atenção, pastor
Depois quero sua resposta.
O que tenho a oferecer,
Vai ser difícil recusar.
Só um louco não iria querer.
Todos querem isso mais que amar...
Riqueza e poder!
Serás o maior de todos os monarcas.
Seu reino o mundo irá ver.
Terás de ouro cheias várias arcas.”
Foi feita a oferta.
A disputa ainda estava aberta.
A deusa da sabedoria,
Palas Athena, a de olhos garços,
Foi enérgica,
A frente deu três passos.
“Na guerra, fama e gloria.
Lembrado por todos na memória.
Não mais um serviçal.
Um general!
Comandará legiões
de soldados. O chão vai tremer
Com seus batalhões.
Você vai ver...
Por último, mas não menos importante.
Ela, a protetora dos amantes.
Afrodite, deusa do amor.
Tinha um trunfo
Para obter seu triunfo.
O pastor sentiu um calor.
A deusa estava nua:
“A mais bela mulher será sua,
Este é seu presente.
Diga que sou a mais bela.
Mate de inveja todas elas.
Que mortal amor não sente?
Sua sentença deve ser proferida.
Diga qual é a sua preferida.
Páris estava decidido.
Proclamou a sentença
Fruto da divina desavença.
Disse, e foi ouvido
Pelas deidades:
“Minha escolha Já fiz
Vou dizer sem falsidade.
Espero que a decisão não seja infeliz.
Sou jovem, tenho pouca idade.
Hera! Riqueza e poder
Eu não vou querer.
Athena! Fama e gloria
Vou recusar.
Só falta falar
Minha escolha.” De alegria
Se encheu a deusa do amor.
As outras por dentro uma dor.
O pastor entregou a fruta dourada:
“Você é a mais bela
Deusa amada.”
Fim da querela...
De um lado o contentamento,
Para as outras duas o ressentimento
Nem tudo foi dito.
Isso é só o começo do conflito...