O Canto dos Imortais
Ergam-se os ventos, que bradam nos montes,
Rugindo histórias de tempos passados,
E os rios, que correm dos altos horizontes,
Lavem as lendas dos sonhos sagrados.
Pois eis que a vida forja em aço
Os corações que ousam lutar,
E cada sombra, e cada espaço,
Ecoa o nome dos que hão de ficar.
Nos campos vastos onde heróis marcharam,
Sob o clarão de um céu sem fim,
Os ecos vivos que ali ficaram
São feitos de fogo, de glória e de mim.
Que a morte venha, que o tempo grite,
Nada desmancha o que foi eterno,
Pois mesmo em cinzas, a alma insiste
E ergue-se altiva no solo interno.
Cantem os bardos, soem os hinos,
Gravem na pedra o que foi real,
Pois todo aquele que fez destino
Nunca será um nome banal.
E assim seguimos, de sol em sol,
Tramando histórias nos vendavais,
Até que um dia, num arrebol,
Sejamos nós… os imortais!