ACHEM O SUJEITO, ELE PULSA
Os sujeitos ocultos
eles, elas, os, as,
sempre estiveram pelos telhados
e nas linhas deste poeta
Na tua
Pelas ruas
Nas línguas nuas
adjetivos vestem meus versos
tão vivos quanto meus dedos afoitos
Leiam, releiam-me e encontrem-os
nada tão distante que não possam vê-los
nos afagos
nos transeuntes
ou pelas tantas sombras da escrita
lá no fundo das páginas
Não são tão visíveis
nem fáceis
Estão por aí
enquanto alguns dormem na ignorância
São a imensidão
a força da gravidade
Eu os sustento
indomáveis
Recebo-os pela porta da frente
E, nesta arquitetura
são a beleza das palavras
e tinta da minha fome
Na costura
pulsam na minha tempestade
Vocês que os achem!
Que me aturem!