A Katatonia das Fadas
No reino do fascínio e da magia
Repousa sobre a relva verde
O manto de uma fina neblina.
E sobre este véu místico
Fadas pairam em agitados afazeres:
Leva-se o néctar das camélias
Antúrios são tingidos em tons de escarlate
As Tulipas adornadas, revelam seu esplendor
E as fadas atarefadas
Foram há muito designadas,
De cuidar do campo, onde desce a neblina matutina.
A manhã avança sonolenta.
Os raios são arautos da cintilância
Escondem a luminescência até a ordem do deus sol
A hora chega
A luz atravessa as frestas úmidas
O deus sol despertou
A mística floresta acorda:
Tocas abertas, ninhos se agitam
O riacho sinaliza o acordo com vento
Águas cintilantes beijam margens soníferas
E como sinfonia, seres mágicos dardejam
Nos cantos banhados em luz.
As fadas ocupadas não suspeitam
Mas na coroa das altas árvores do campo
Bem acima da fria e fina neblina
Duendes assassinos as espreitam.
Embrenhados em palhoças sombrias
Feitas de saliva, sangue e madeira
São seres sagazes e maliciosos
Que há muito espiam curiosos
Eles desejam e invejam as doces asas que pairam mais abaixo.
Após muito olhar pelas frestas dos galhos
Depois de tramar um plano insolente
Desceram gritando como loucos
Pelos troncos das altas arvores do campo
Armados com pequenos machados,
Levando seus punhais horrendos
Saltitaram pela névoa
E fizeram um horror que a manhã fria assistiu.
Asas arrancadas,
Líquido verde escorre pelo chão ...
A relva foi manchada
E a manhã tristemente viu.
Fadas caem, já não tem mais asas
Algumas resistem,
O machado desce, o punhal desfila
Mais uma fada desfalece.
O duende rei sorri, a colheita é vagarosa
Do alto do tronco da árvore, ele ordena:
“Cortem o manto vil dessas megeras
Deixem que despenquem pela relva
Seu sangue sujo vai manchar nossos punhais”.
Diante de tal fadicídio
A fada rainha tomou a frente
Com a varinha estendida para os duendes
Com mãos suaves e brancas, pronunciou o encantamento:
“Oh relva da manhã, nossa irmã há tanto tempo
Mude a nossa sorte. Faça de sua forma um veneno”.
A magia ocorreu instantaneamente:
Os duendes ensandecidos, tornaram-se letárgicos
Algo interrompeu sua matança.
O primeiro tombou. Punhais ao chão.
Não há mais arma em sua mão.
No reino do fascínio e da magia
Repousa sobre a relva verde
O manto de uma fina neblina
Abaixo desse véu místico, um segredo permanece escondido
Duendes com corpos enrijecidos
Já não podem mais andar.
Caíram em catatonia. Imóveis para sempre
Estão todos paralisados. Ad Aeternum sobre a vegetação
Os duendes assassinos ficaram em catatonia
Assistem a fada rainha com olhos arregalados
Por ela foram envenenados.