CANTO 29 ( IDÍLIO A CLIO )

1.

Habitando no tempo antigo,

Muito antes da aurora.

Em um lugar muito distante,

Onde a natureza resplandecia,

Vivendo em constante alegria,

Lugar secreto, resplandecente,

Inspiração para toda história

Amada Clio, entre versos de vitória.

2.

Na aurora dos tempos antigos,

Foste fruto de enlace amoroso,

Zeus pela memória enamorou-se,

Filha do Olimpo ela tornou-se,

Habitando no monte poderoso,

Entre as nove oito musas proclamada,

No monte Hélicon homenageada.

3.

Canta os reis de Esparta,

Querida esposa de Pireu,

A história te idólatra,

Teu nome forjado em ouro e prata,

Grego nenhum jamais te esqueceu,

Canta o teu nome o nobre jacinto,

Reverenciado por muitos no Olimpo.

4.

Teu olhar meigo, carinhoso,

Desfilando no jardim do encanto,

Olhar de beleza ornamentada,

Flor majestosa, no Hélicon glorificada,

Ao vê-la, meu coração se faz em pranto,

Musa ao risco de meu despretensioso verso,

Musa do meu solitário e vago universo.

5.

A história reverencia o teu nome,

Os poetas também te veneram,

Teu nome no Hélicon eternamente,

Entre o tempo e eras ressonante,

Até entre os que antes vieram,

Proclamam tua sabedoria e beleza,

Tua simplicidade, força e realeza.

6.

Amada Clio, de meus anos de ventura,

Na aurora de meus dias apareceste,

Eu era apenas um poeta da solidão,

Escondendo os meus versos no coração,

Quando tu, de todo me enfeitiçaste,

Roubaste o meu riso, minha alegria,

Tornei-me teu escravo noite e dia.

7.

Do alto do monte Hélicon,

Entre musas eternal,

Minha tristeza a contemplar,

Quando o tempo vier me julgar,

Me condenando ao suplício infernal,

Simplesmente pela ousadia de te amar,

No instante eteno a te lembrar.

8.

Uma flor majestosa,

O seu nome, Jacinto,

Sua história é magistral,

História de amor sem igual,

Digo a verdade não minto,

Zéfiro, quem me contou,

Por ciúmes de Apolo te matou.

9.

O tempo te deu asas,

Pena e papel em branco,

Te deu o intelecto dos poetas,

Noite infinitas, majestosas festas,

Ao curso da pena, o dizer franco,

Ao curso da pena, melodioso coração,

A escrita intensa de amor e paixão.

10.

Canta para Zéfiro nobre poeta,

Canta para as musas e todo o Olimpo,

Canta com o dom da inspiração,

No dizer misterioso sem comparação,

No verso claro, curto, belo e limpo,

Canta para Hesíodo e sua teogonia,

Revelando o amor, paixão e agonia.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 09/08/2024
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