Ribeiros e risos

Ribeiros e risos

Como águas de ribeiro, risos são, de ida e pedras, fios e gotas que não voltam.

Só um tempo de ponteiro, um invento de graça que inexiste.

Um resto de poeira que fica, um retrato de lembrança.

O bonito e a feia dormiram, ambos são folhas secas.

Aquela primavera, jazia de flores e beleza.

Túmulos também se cansam, batem em retirada de memória.

O que restam então são contos, mentiras e fantasias.

Nem o riacho poupou a rocha, enganou de amor e um deslizar bem mole.

Pássaros e poetas, belos e cacundos, gotejos que no tempo evaporam.

Como águas de ribeiro...

João Francisco da Cruz