Ode aos Abobados

Ó vós, nobres abobados,

Que percorreis a vida sem rumo,

Como os lotófagos de Homero,

Na Odisséia imortal,

Presos à doce ilusão,

De uma existência sem dor.

Vós, eleitores incautos,

Que, na urna, depositais

Vossos sonhos e esperanças,

Mas escolheis sempre o mesmo,

O governante pré-histórico,

Que vos promete o impossível,

E vos entrega o comum.

Como os lotófagos antigos,

Que, ao provar o fruto encantado,

Esqueceram a pátria e o lar,

Vós vos entregais à servidão voluntária,

Acreditando em promessas vãs,

E perpetuando vossos próprios grilhões.

Não percebeis, ó abobados,

Que a verdadeira liberdade

Não reside em promessas douradas,

Mas na coragem de pensar,

De questionar o óbvio,

E desafiar o estabelecido.

Vossa cegueira é uma dádiva

Para os que vos governam,

Pois na vossa ignorância,

Encontram o poder,

E na vossa servidão,

A eternidade de seus tronos.

Ó abobados, despertem!

Não mais sigam o caminho

Dos lotófagos perdidos,

Que esquecem seu próprio ser

E se tornam sombras

De uma vida que não viveram.

Ergam-se das trevas da ilusão,

E rompam os grilhões da mente,

Para que, um dia, possam dizer

Que não foram meros abobados,

Mas sim, homens e mulheres

De espírito livre e coração valente.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 09/07/2024
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