A Sombra da Mãe Gaia

Na alvorada dos tempos, antes do aço e do fogo,

Mãe Gaia ergueu-se, em seu manto esmeralda e sólido.

De seus seios brotavam rios, das entranhas vulcões,

E a vida, em êxtase, dançava ao ritmo dos trovões.

Mas, das sombras profundas, onde a luz se dissolve,

Ergueram-se forças, de escuridão envoltas,

Titãs antigos, cobertos por musgo e silêncio,

Desafiaram os domínios do céu e do vento.

Com olhos de pedra e corações de granito,

Eles avançavam, trazendo caos e conflito.

Gaia, em sua sabedoria, chamou por seus filhos,

Os deuses do Olimpo, em armaduras brilhantes e trilhos.

Zeus, com raios em punho, cortava a noite fria,

Poseidon, com mares, engolia a rebeldia,

Atena, de olhos claros, a estratégia traçava,

Guiando as forças que a paz ansiava.

A batalha, titânica, sacudiu terra e céu,

Com Gaia observando, em seu trono de véu.

Por fim, a ordem triunfou sobre o caos renitente,

E a sombra se recolheu, no solo dormente.

Mas a mãe, eterna, com olhos de esmeralda,

Sussurra ao vento, uma verdade selada:

"A sombra existe, sempre ao meu lado,

Pois na dualidade, o equilíbrio é alcançado".

Betaldi
Enviado por Betaldi em 29/06/2024
Código do texto: T8095982
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