A Sombra da Mãe Gaia
Na alvorada dos tempos, antes do aço e do fogo,
Mãe Gaia ergueu-se, em seu manto esmeralda e sólido.
De seus seios brotavam rios, das entranhas vulcões,
E a vida, em êxtase, dançava ao ritmo dos trovões.
Mas, das sombras profundas, onde a luz se dissolve,
Ergueram-se forças, de escuridão envoltas,
Titãs antigos, cobertos por musgo e silêncio,
Desafiaram os domínios do céu e do vento.
Com olhos de pedra e corações de granito,
Eles avançavam, trazendo caos e conflito.
Gaia, em sua sabedoria, chamou por seus filhos,
Os deuses do Olimpo, em armaduras brilhantes e trilhos.
Zeus, com raios em punho, cortava a noite fria,
Poseidon, com mares, engolia a rebeldia,
Atena, de olhos claros, a estratégia traçava,
Guiando as forças que a paz ansiava.
A batalha, titânica, sacudiu terra e céu,
Com Gaia observando, em seu trono de véu.
Por fim, a ordem triunfou sobre o caos renitente,
E a sombra se recolheu, no solo dormente.
Mas a mãe, eterna, com olhos de esmeralda,
Sussurra ao vento, uma verdade selada:
"A sombra existe, sempre ao meu lado,
Pois na dualidade, o equilíbrio é alcançado".