OCASO
Mentes em desalinho.
Amores dispersos.
Cinzas de outrora;
Finjo viver azul
E tu que és flor!
Lá fora os escárnios
O cupido ri
Da armação tardia
Sobre as almas gêmeas
Desajustadas.
Medo jorrando pelos poros
A incerteza agonia
A inquietude inunda
Corpos macerados.
Vultos sorriem nas sombras
Tristes destinos.
O sol faísca no poente
Estrelas engolidas
Por plúmbeas nuvens
Vidas... Vidas...
Não se ouvem os cantos
Das sereias nem de pássaros,
Ou o ribombar das ondas escandalosas
Sobre inóspitos rochedos
Sonhos inatingíveis.
Tomo as tuas em minhas mãos;
Talvez em outra vida, amor?
Lágrimas cobrem retinas
Escasseia a luz
Mudez... Silêncio
Quebrado pelo baquear de sonhos vãos.
By Maurélio Machado
Antologia "Além do Mar das Palavras"
imagem Google