Alice no país das tolices
É tolice descer essas escadas.
Cada escada esconde uma porta, um andar que não me importa.
Meio torta eu tento correr, mas o coelho não me espera. Cada frase cai numa sopa de letrinhas.
Eu não sei ler entrelinhas.
É tarde, é tarde, é tarde.
Eu sinceramente não sei por onde caminhar.
Ando e tropeço nos meus enganos, placas, fatos e acontecimentos. Serão coisas da minha mente?
Não prefiro acreditar, apenas me espelhar no meu reflexo e no poder da minha mente.
Entro na mente do coelho, e tudo em volta arde como num dia de verão.
Será que me verão como louca ou apenas como uma menina? Nada me ensina nesse lugar.
Não sei se estou mesmo sozinha, ou se me levar pelo mar de emoções é um bom caminho. Mas mesmo assim eu insisto, e não resisto ao chá da Lebre e do Chapeleiro.
Me entrego por completo inteiro.
De maluca basta eu, tu, ele, ela, nós, vós. Sem excessão.
Da própria canção vinda da boca da lagarta, dou a largada para uma nova vida. Uma nova eu.
Uma eterna descoberta pessoal, sem empunhar a famosa espada forpal, vou me livrando de todo o mau e seguindo o meu caminho.
E que não me cortem a cabeça.
Alice, apenas cresça e apareça.
Pinte as rosas cor de carmim, para mim, minha princesa.