A Cidade das Lacunas (Poemas de Sihldaum)
Longe, ao Sul, na silenciosa floresta que protege o grande rio dos ventos da planície
Eles trabalham
Calhas e calhas
Telhas sobre telhas
Na Cidade das Lacunas
Ó sagradas são as sepulturas!
Mas estão enchendo de água
A chuva não para de molhar!
A terra seca
Agora úmida
E os portões vão se abrindo
Pouco a pouco, há ruptura
Os mortos estão incomodados
Perturbados de seus sonos profundos
Não se pode viver duas vezes
E a ira os fará perceber
E os portões vão se abrindo
A Legião se prepara mais uma vez
Os aldeões, rezam suas preces
Pedem perdão pelos pecados
As blasfêmias contra aqueles que dormem eternamente
Constroem mais telhados
Calhas e vigas também
Estão muito cansados
E muitos já fugiram pra além daqui
Os poucos pilares
Anciões já reconhecidos pelo mundo
Permanecem segurando os portões
Estão criando tempo
As goteiras caem sobre os mortos
Gota após gota
Os portões se abrirão
Eles começarão a acordar
O andarilho ouve gritos depois das florestas que passam o grande rio
A Cidade das Lacunas, porém
Permanece calada.