NOVO CANTAR
Nas tradições antigas, a quadra ecoa,
Quatro versos dançam em melodia,
Rimas entrelaçadas, tradição que abraça,
Poesia que transcende, na época e na literatura.
Na península, a glosa floresce,
Renascença lhe teceu a teia,
Mote inicial em verso de estreia,
Da antiga métrica, herança que aquece.
Versos desatados, rimas se desfazem,
Libertando a poesia das amarras,
Em estrofes de liberdade, para o alto se elevam,
Modernidade que nas palavras se ampara.
Cada mote ecoa, ecoa no final,
Repetição sutil, dança do linguajar,
Glosa se reinventa, sem rédeas, sem mal,
Em versos livres, um novo cantar.