Princesa encantada
E bem na varanda de casa
A princesa assim dormia
A vó contava lhe contava histórias
O vô plantava e colhia
E bem na varanda de casa
A princesa assim dormia
Olha de longe a janela
Suspirando um quem me dera
Fitando o gigante olhar,
já com a cabeça antiga,
vivendo a idade errada,
só tendo a si como amiga
Juntando uma inteira espera
É um querer ver de novo
De pra sempre toda hora,
A rosa já amargurada,
Estrada e muros a fora
Ora mulher encantada,
Ora criança que chora
Vivendo num mausoléu
E lá na torre mais alta
Não podia ninguém vê-la
Muito menos homem tê-la
Andava coberta de véu
Vestindo o que nela falta
Aí o infante perdido
Fez o então proibido
Subiu lá em cima lento
Acordou o sentimento
Lhe aplacou o lamento
Depois foi embora, fugido
E quando um dia ela ouviu
Um canto doce distante
Pensou em voar do céu
Então enfim decidiu
Fugir do destino cruel
Do vento virar amante
Aí pulou
e caiu