Dança do Destino
Na linha do tempo, te ofereci
Toda a atenção do mundo, meu bem.
Colhi quase nada, e agora, me dizes,
Por que cobras tão vasto desdém?
Lutei batalhas, guerreiro de amor tardio,
Defendi tua honra com fervor.
Por tua glória, em lutas sem fim,
Mas ao chão, me atiraste assim.
Nunca pedi nada em retorno,
Nem um sim, nem um simples não.
Mas agora, na dança da vida,
Cobras atenção com desatino.
Teu olhar, antes doce e sereno,
Agora reflete um céu obscuro.
Entre feixes de luzes, a desilusão,
No coração, um gosto amargo, fogo impuro.
Ah, como o amor pode tomar um caminho incerto,
Onde a peça se tece no desconcerto.
No enredo da vida, uma trama à revelia,
Onde a atenção é a moeda da agonia.
Então, entre sombras e clarões,
Sigo, perdido, nos meandros da paixão.
Na esperança de um sinal, um gesto,
Na incerteza desta nossa dança sem direção, um verso.