A LUA É TESTEMUNHA
A LUA É TESTEMUNHA
Da criatura aquática que andou
Em seguida, criou asas e voou
Sobre dois pés, se transformou
Ao manusear as mãos, pensou
Combatia feras pra se defender
Caçava durante dias pra comer
Vivia em grutas pra se proteger
Descobriu o fogo para aquecer
Do hominídeo que se fez social
Surgiu a Mesopotâmia colonial
Despontou a Babilônia imperial
Desde então se forjou universal
No Egito é constituído o estado
Na Grécia a cultura do passado
No domínio romano, o inusitado
Após Jesus, o tempo é mudado
Quatro séculos pro cair romano
Chega a escuridão pelo engano
Frente o cristianismo mundano
São mil anos do tempo mediano
No ciclo carolíngio, a Igreja rege
Queima quem considera herege
Os conhecidos do papa, protege
Para administrar o estado, elege
A luz reaparece na modernidade
Na arte, a euforia da criatividade
Com a ciência, avança a liberdade
A filosofia se põe com autoridade
Enfim, o advento contemporâneo
A época do consumo instantâneo
Informação pelo canal simultâneo
O ser humano menos espontâneo
Essa longa a acidentada trajetória
Se acha inconsciente na memória
Criando a historicidade da história
Compreendê-la é lição obrigatória
Como testemunha recatada, a lua
Em silêncio e reservada, continua
Vendo homens numa atitude crua
Olhando pra ela considerando sua
Marco Antônio Abreu Florentino
https://youtu.be/ViL8D4jDm8E
(Clair de Lune - Beethoven)