CANTO II – Do descobrimento às Revoltas

 

A viagem do cruzeiro inicia, no Canto II, na oitava que referencia nosso desterro, o vale de lágrimas, os apóstolos perdidos sem o mestre, como o que acontece a cada homem nos momentos de fraqueza e, nesta oitava ainda, toma fielmente o juramento de Ourique e inicia nossa pré-história lusitana e as tantas guerras na Terra de Santa Cruz. 

 

1

Começara assim muito antes, tudo isso!

Primeiramente, desde aquele exílio[1],

Via vale de lágrimas[2], o abisso,

Pela Advogada nossa e seu auxílio

Quando todos puseram-se ao sumiço[3]

De escolher para própria vida, idílio[4].

Mas eis que a graça vive sempre eterna,

No Império Português como Lanterna[5].

2

Fora o primeiro Afonso, o fundador[6],

Cujo Cristo lhe dera por direito

A Coroa por luta no esplendor,

De ampliar o futuro tão estreito[7],

Para qualquer batalha ir e se impor

E dilatando[8] a fé num grande feito.

E assim nascera o povo Lusitano,

Como os Romanos desde o fim Troiano[9].

3

Os Afonsos e Sanchos lá reinaram

Mantendo a Dinastia de Borgonha[10].

Outros depois as sinas ensinaram.

D. Dinis, o poeta, p'ra que exponha,

Armas do Vaticano ali brotaram[11],

Não tinha dos Templários a vergonha.

E um grande feito luso ele mesclara

Em um mapa futuro, Cruz tão clara.

4

A força de Borgonha assim perdida[12],

Sobra sua menina então princesa.

Numa forma oportuna por medida,

Fazem trama: buscaram por Alteza,

Unindo-a com Espanha nesta vida,

Embora o português em sua mesa

Decidira lutar por sua história[13],

Pelo Mestre de Avis[14] deram memória.

5

De D. Pedro, o menino seu, bastardo,

Que da ordem militar têmpera esmera,

Levado pelos lusos como um dardo,

Explodira a esperança que tivera              

O de Castela[15] em grande e só retardo.

Desta vez os deixara assi’ em quimera.

Pois é da Vera Cruz[16], história antiga,

Que pelo nosso peito, enorme viga.

6

A Aljubarrota luta[17] e tal certeza

De esmigalhar Castela co’ uma mão,

Por lá, Nuno[18] e João[19], toda destreza.

Pela ínclita[20], preclara geração,

Da qual tantos formaram a beleza,

Onde os lusos puseram coração.

Momento glorioso em grande Altura.

Sempre do Alto tiveram estatura.

7

Nós, partícipes da ordem lusitana,

Do primo Rei[21], dos Pedros[22], o vassalo,

Pelo Mestre de Avis que força emana,

Da ínclita geração[23] que a nada igualo:

Duarte, Pedro e Henrique – Alta Fontana,

Vindo do Céu enorme, Alto Regalo.

Do mesmo bravio sangue somos súditos,

Da mesma bela Língua somos únicos.

8

Pela esfera armilar[24] no mundo miram,

No breve paraíso ali pairando,

E ela co' el-rey Manuel o apogeu viram

Venturoso que o Mundo foi juntando[25].

De modo que fé e armas espalharam

E as obras manuelinas se montando.

E começa a história de Cabral[26]

E sua Vera Cruz no mapa astral.

9

Protegeu o capitão-mor as jornadas,

Vieram de Belém, 9 de março,

Passando por Canárias, avistadas,

E depois Cabo Verde e sem esgarço;

Ela, a nossa Esperança[27], co’ as mãos dadas

Com Portugal salvando-os deste esparso

Vento vindo do sopro das tormentas[28];

Não contavam co’ o bem das coisas bentas.

5

Com fala forte, Marte[29] fica irado,

Contra Baco e o desvio no mar feito[30],

Que aquilo, sorte não era e, sim, fado

Desonesto, de quem o mal põe jeito

A tudo que lhe é há muito invejado,

Pois caído inda não vê seu defeito[31].

Queria os lusitanos todos mortos,

Refletindo no mar: carne e ossos tortos.

6

Dione[32] entende o início desta guerra

Nas falas que ora caem fortemente.

Veio a saudade, céus de sua terra[33],

Pois aquele egoísmo inda na mente[34]

Incomoda o que neste peito berra.

A vontade do Pai sempre ela sente

Desde a primeira queda de cada anjo,

Perdera a poesia e seu arranjo.

7

Ela ouviu o sopro e aquele tal ruído

De Adamastor e as naus ele virar.

Saber daquilo, nela era doído,

Sabotar estes mestres no alto mar[35].

Justo não era e, sim, algo bandido,

Que p’ra anjos era mais do que afundar[36].

Intercedeu chamando o Principado[37]

De Portugal, salvando-os deste estado[38].

8

Eis que tomando a voz se viu o Tonante[39]

Naquela discussão sem vencedores

E como era difícil ser reinante

De astutos deuses, duros e sem dores.

Disse a Baco que fale neste instante

Sobre o porquê de tais torpes furores.

Ele disse querer testar a gente

Nobre que ao mar levou tanta semente.

9

Ele continuou todo agitado

Como que defendendo sua tese,

Que os lusos pouco haviam-lhes provado.

Marte o interrompe e fala por mimese[40]

E pergunta: não basta o mar achado?

Deixa que Baco nesta ilha arrevese[41]!!!

Grita a todos, olhando-os, o Tonante.

Foi clara a decisão então frisante.

10

O mês era de Cristo na passagem

Que daqui O levou próximo e à direita[42]

Daqu’Ele que fizera ao mundo a aragem

Cuja arte daqui ainda nos é estreita[43].

Os lusos, desde longe, na paisagem,

Tordesilhas não era mais suspeita[44],

Eis o Monte Pascoal lá do oceano,

Que seria depois solo baiano.

11

A quarta parte nova descoberta

Pela frota primeira tão latente[45],

Talvez não a quisessem por oferta,

Melhor era manter tudo dormente.

Escondida ela dorme e não desperta[46]

Até que algo vindouro e abrangente,

Dentro da carne e tanto precioso

Florescerá no escuro majestoso[47].

12

Não poderia haver qualquer dilema,

Assim nosso escrivão tal mundo imita.

Esmero com rigor e lança um lema:

Uma verdade posta e infinita[48].

Na carta que de fato era um poema,

Para el-Rei por Caminha, enfim, escrita.

Definitivamente o nascimento,

Marcando para sempre este momento.

13

O escrivão-mor na carta a registrar

O que na Vera Cruz olhos atiça

Tudo o que aconteceu na terra e mar.

Enquanto ele escrevia, havia missa,

Os índios todos lá a compartilhar

Os mesmos puros gestos e justiça.

A carta enviada a Gaspar de Lemos[49]

E por ele esta história conhecemos.

14

Às Índias novamente se voltaram,

Missão desde Belém nesta viagem.

Os anjos maus[50], de novo, se reuniram,

Feitiço às novas terras pela margem,

De modo que um mal por lá semearam,

Potências que no corpo e alma enfim agem

Em prol de uma desordem infinita

Cuja elite de heróis conquista e hesita.

15

Um combate tamanho se aproxima

Bartolomeu sabia das tormentas[51]

Pois esperança co’ o cabo não rima[52].

Sente ele a alma tremer, forças cruentas,

É Adamastor[53] que nas naus, por cima,

Quatro naufragam com vidas isentas[54],

Numa delas está el-capitão,

Que no mar pôs a vida e o coração.

16

Das treze naus somente seis chegaram

A Calecute, seu alvo traçado;

Na volta, duas delas lá faltaram;

E apenas quatro ao Tejo[55] lá alcançado.

O achamento bem pouco comentaram,

Visto que nem padrão[56] tivera o achado.

Salve o capitão! Que em 20 morrera[57]

Sem a glória do prêmio, que perdera[58].

17

Visto que a fé e milagre alçam certezas;

Na história, não nos pode ficar nulo

Este achamento com tantas belezas,

Eis que Pedro, o segundo, não o anulo!

Na busca por Cabral, suas proezas,

Mais de 300 anos num só pulo,

Montou uma esquadra de pesquisadores,

Levantando os sucessos como as dores[59].

18

Foi dividido o mundo no Tratado;

Dum lado hispano e doutro lusitano.

Só que todos queriam muito o achado

E foram absolver o próprio afano[60].

França e Holanda, cada um, seu punhado,

Não importava caso houvesse dano.

Durante muito tempo eles lutaram,

Mas o Português eles não pararam.

19

Líderes das nações pensam no mundo.

Certa paz, quase absurda eles mantinham;

Mesmo se entre eles algo bem imundo

Nas práticas diárias eles tinham,

Que afetavam um deles e, segundo,

Antes, diplomacia, eles obtinham:

O estar a favor ou neutro no caso,

França e Portugal, co’o Brasil no acaso[61].

20

Mil quinhentos e trinta, eis nossa esquadra,

E toda armada com a Ordem de Cristo,

Ai de quem pela Vera Cruz nos ladra

Porque Martim Afonso, assim previsto,

Nas margens, os corsários ele enquadra,

Este capitão-mor nunca aqui visto,

Que passa a defender a Vera Cruz

E mantendo a Cabrália nossa luz.

 

21

Tordesilhas bem lá no meridiano,

A missão era pelo território,

Sua conquista, e por um dado plano,

Manter a ordem seria mandatório.

E mais que isto, defesa do oceano,

Ter gente pela terra, decisório,

Que tendo a terra forte, bem no peito,

Pela Vera Cruz, um santo respeito[62].

22

Foi que do alto um som toda a costa toma

E as margens anunciam o bem-vindo.

E anjos caídos sentem que se soma,

À terra vinha um anjo nela abrindo.

Responsável aqui por seu aroma

De o perfume no sempre conduzindo

Pois o Anjo desta Vera Cruz[63] chamado

Seria o intercessor do nosso fado.

23

Por toda Vera Cruz, naqueles dias,

Nova ordem nesta terra ora regente,

Postos naquelas tais Capitanias,

Cada marco de pedra lá vigente,

Pela jurisdição: Donatarias,

Para o futuro ser da mesma gente

E então daqueles lusos a oração,

De na terra plantada o coração[64].

24

Naqueles tempos eles começaram

Na terra semear e tirar doce.

Outra Ilha da Madeira planejaram.

Em São Vicente igual, que assim lá fosse,

Hoje sabemos que eles acertaram,

O açúcar daqui p’ra o mundo lhe trouxe.

E Caminha bem antes já sabia[65],

Que ao plantar aqui tudo se daria.

25

Pela nova floresta tão cativa,

Eis me aqui em tantas épocas pensar,

De modo que te vejo assim tão viva

Co’ os três livros[66] na mesa p’ra cuidar.

Perto destes, Camões, obra expressiva,

Também está ali e só faz ecoar.

Calíope[67], assim caminho procurando

Nestes versos o bem eternizando.

26

O livro[68] que nas mãos bem sempre o tem[69]

Nas nuances da vida segue calma

É, pois, de um tal saber do que nos vem

Na vida, sobretudo o que tem alma,

Pela boa mensagem sim se atem,

O que escrito p’ra sempre nos acalma.

Ajuda-me a compor versos que falam

E pela alma do ouvinte que eles se abram[70].

27

Calíope sorri enquanto o céu admira,

Faz a prece[71] inaudível e co’ um gesto

Nesta atlântica mata se retira.

Pus nos seus cestos meus textos e presto

Algo a contar de Eli[72], que se refira

A Ele corretamente, onde protesto,

Com versos d’alma, nestas terras d’Ele,

Ateus virão, insanos, e contra Ele.

28

Longe da Vera Cruz no mar distante

Das viagens daquele mercador[73]

Sobre a grande ilha lá no fim do oriente:

Chamada de Cipango[74] em seu compor.

Desta história deixara plenamente

Na mente de quem um dia ali for.

Eis que em 43[75], as naus chegaram

E alguns dos lusitanos Cruz levaram.

29

Traços desta divina providência

Que um dia pela Vera Cruz viria

O povo neste mar com tal ciência

Para juntar riqueza aqui estaria[76].

Quis o céu no futuro a descendência,

Deles conosco e assim misturaria[77]

P’ra sermos uma amostra desta paz

Na reunião dos cantos que o Sol faz[78].

30

De volta ao Brasil, numa cachoeira[79],

Um tamoio bebendo água do rio

Sente n’alma o veneno que a empoeira.

Gana da carne humana sobe o brio[80],

Não sabe ele mas quer fazer fogueira

E por nela o inimigo tão vadio.

Mas ele quer bem mais pois quer cortá-lo,

Para no pouco a pouco devorá-lo.

31

E Baco perto deste rio esconde

A poção que dá aquela doida fome.

Este rio, aos tamoios, corresponde

Ao lugar escolhido e a sede some.

Sabe o maldoso como ir longe aonde

Produzir um tal mal que o bem consome.

Ora os tupinambás enfeitiçados

Serão como demônios libertados[81].

32

Nossa primeira esquadra Lusitana[82]

Os Tupiniquins eles conheceram.

Quis o céu forte empenho pela humana

Amizade que aqui logo fizeram[83].

Os tamoios não viram, gente insana,

Que o inferno neste mundo eles teceram,

Propagando um mal cujo medo implanta

E dele age a maldade que já é tanta.

33

João Ramalho[84] firma co’ o Cacique,

Nobre Tibiriçá[85], todo imponente,

Da tribo fazer parte e prontifique

Com o índio convertido e em Deus temente.

E com a índia Bartira notifique

A todos que são 2 em 1 potente

Na cristandade desta Vera Cruz,

Formando-se um exército de luz.

34

Das terras africanas sonorosas

Veio o militar duro, alto, imperante.

Lá a sarracenos[86] não lhes dera rosas

E pondo ordem naquela limitante

Fé de torpes ações, mui tortuosas,

Tem seu nome forjado pela estante

Donde o brilho se vê nas coisas feitas,

Tomé de Sousa aqui[87] em nossas colheitas.

35

O governador, deste chão, primeiro[88],

Trouxe a ordem das coisas neste mundo,

Justiça e poder público[89], um ponteiro,

Desbastando a nação em seu profundo

Início, verdejante em tal canteiro,

Que esculpido carece desde o fundo

Para ser expoente de jus, glória,

Despontando de modo truz à história.

36

Às terras vêm, mais, bem mais povoadas,

Pela ordem carecente dos eventos[90].

Os jesuítas trazem as aladas

Palavras que não somem pelos ventos.

D’Ele, mais que o tonante[91], trovoadas

Que fazem mover todos pensamentos.

Isto perfeitamente num milagre,

De tudo junto a Eli[92], que nos consagre.

37

Na ordem das coisas lidas começando,

Os anos de Tomé, o escrupuloso,

Por aqui terminavam e mandando

Outro nome[93] que em nada foi glorioso.

Mas junto dele, Anchieta[94], iniciando

Um grande apostolado vitorioso

Na cidade de São Paulo ora unida,

De vontade e de fé toda munida.

38

Eram índios contra índios nestes anos.

Pôs Santo André um fim nestas batalhas,

Indo todos a São Paulo, de insanos

Fugir e defender-se das mortalhas,

De índios que iam em jeitos tão profanos

Tendo corpos de gente como tralhas

E sem medo do sacro os devorando,

Iam como demônios, torturando.

39

Num dia para sempre recordar,

Na tarde que o céu todo esmaeceu,

E mais de 100 perderam-se no andar

Do Caeté[95] irado que prendeu

Corpos e almas p’ra enfim os devorar.

Infeliz desvantagem lhes teceu

Era tanta de um mal que não se via,

E cada um deles, muitos lá comia.

40

Todo tipo de gente lá chegou[96]

Neste dia que viram um inferno.

A idosa quis salvar órfãs – tentou;

Mas seu sangue tão quente neste inverno

Em seus rostos[97], por golpes, os molhou...

Era horror e clamavam o paterno[98],

Sem palavras num choro de agonia,

Como vendo que o mal não pararia.

41

Nosso Bispo Sardinha, as mãos e gesto,

Que os de fé cristã muito conhecia,

Punha-os fora daquele mal infesto,

Perdoados enquanto perecia

E ali, dele faziam partes, resto.

Ele naquele mal não reagia.

Esta brutalidade foi o alerta

Do sono que à Cruz Vera se desperta.

42

Com os efeitos, raiva tão sangrenta

E o horror da usual forma e morbidez,

Da raça destes índios que em si aumenta,

Ter cuidados o nobre português.

Chega Mem de Sá[99] contra esta tormenta

Governar este mundo com fluidez.

De honradez conhecida e retidão,

Honesto e piedoso co’ a nação.

43

E quando não a encontram, a verdade,

Única ao fim comum, p’ra o bem, ser vista,

Tendo mais delas cria-se a maldade,

Cuja certeza em nós sim se despista.

Pondo no real ganho a crueldade.

Decorrem daí males numa lista,

De um contra outro sem um dia acabar.

E Deus, desta mentira, nos salvar.

44

Dos Aimorés também a tal mazela,

O gentio coisas sem volta fazia.

Filho de Mem de Sá, pela tutela,

Avançou nesta guerra em que jazia

A Vera Cruz, por falta de cautela.

Mas eis que um índio do alto o percebia,

Assassinando-o com tantas flechadas,

Que o pai sabendo, quis falas caladas[100].

45

E assim por Cricaré foi conhecida,

Neste Brazil antigo tal batalha.

Traz à tona o que é máxima de vida:

Deitar o pai seu filho, alma em migalha,

Quando o contrário tem certa partida,

No pai, por dentro n’alma, uma fornalha.

Num segundo o pai trouxe todo o filho,

Com ninguém falou, pois, sumia o brilho.

46

Franceses pelo Rio o desejavam

E calvinistas cá, muitos contentes,

Na terra prometida ora cunhavam,

Estudavam os índios e as vertentes,

Da guerra entre eles, ter o que ansiavam:

No lusitano um mal feito em sementes,

Das quais plantadas nas mentes indígenas

Ser-lhes-iam as gentes mais indignas.

47

Naqueles tempos, tribos nestas lutas,

Chegam maracajás no Rio e temiam

Os Tamoios de ações terríveis, brutas,

E quiseram fugir porque só haviam

Posto na vida as ordens das labutas

E páreos aos Tamoios não seriam.

Mas dos lusos tiveram toda ajuda

Para rumar à Serra[101] e pôr lá a muda.

48

Lá no Espírito Santo se juntaram

A outros tantos que são sim parecidos[102].

Entre as árvores co’ ele se encantaram,

Arariboia, dos índios unidos,

Eram Temiminós e lá se ergueram

Na batalha a favor dos lusitanos

Contra franceses e os índios profanos.

49

Homem não era, máquina de guerra,

Tupiniquins guiava e outros salvava.

Saraivada de flechas pela terra

E co’ o sangue tamoio desenhava

A derrota-mor desta gente que erra.

Com os Temiminós ele avançava.

Mas perto dali a flecha envenenada

Tira de Estácio a vida na calada.

50

A nado atravessou o que é impossível

Tão soberanamente e por assalto,

Abriu a tomada o tão forte invencível.

Que os de França, num tombo extremo e alto,

Tiveram de deixar o sonho crível

Escorregar nos dedos como um salto,

De tudo perder ora por inteiro

Pois o Brasil só cabe ao brasileiro.

51

Arariboia tem a Ordem de Cristo

Agora como glória destes feitos.

Não há um cá sequer que por benquisto

Que seja não o tivesse entre os perfeitos

Guerreiros, desde Ourique[103], tão bem-visto.

Na ordem das coisas belas e os efeitos

Será entre tantos, fato p’ra memória

Qual guerreiro da Vera Cruz na História.   

52

Quase quinhentos anos vigiando,

Sempre na Niterói existirá,

Abençoado herói no céu firmando

Bravo chefe que nunca partirá,

Pois muitos no sumir, evaporando,

Enquanto Arariboia insistirá

Em ser olhos abertos neste mundo.

Bravos não morrem, ficam no profundo.

53

Os soldados estão mui comovidos

Vendo Estácio de Sá, oram pela alma.

Manuel e Anchieta tão movidos

Na arte e na guerra usaram tanta calma

P’ra os Tamoios ficarem desunidos.

Todos agora p’ra o céu cada palma,

Agradecendo-O a guerra pela paz

Se fez devido à cada um que o bem faz.

54

Tempo de Mem de Sá, grandes batalhas,

Assim cantou também o Pe. Anchieta,

Grande Governador que altas medalhas

Merecia, por vida tão completa,

E lembrássemos co’ ela, alvas mortalhas,

Das lutas no Brasil, da gente inquieta,

Destes índios que viam nossa carne

Como o que neles falta p’ra que encarne.

55

Eis o maior dos Sás do Brazil indo...

E outra grande batalha contra Holanda,

Nestas terras vindouras vem surgindo.

Eis que agora um outro ódio aqui comanda.

Novamente dos índios reduzindo

A visão que eles têm da propaganda,

Culpando os lusitanos sobre tudo,

Jogada dos batavos que saúdo[104].

56

E tudo acontecendo de verdade,

Pois Portugal estava adormecido,

De D. Sebastião, sua vontade,

Em Alcácer Quibir, tudo perdido[105].

Destes mouros, queria brevidade.

Mas eis que ele caído, já vencido,

Virou uma Lenda, ápice lusíada,

Pois nas cruzadas via sua Ilíada.

57

Isto deu Portugal para a Espanha,

E nossa Vera Cruz jogada ao vento,

Até que D. João IV em campanha,

Pelo povo alça o reino que lhe é bento,

Da casa de Bragança, luz tamanha,

Reino de Portugal, grande momento.

Século XVII, os Lusitanos

Têm de volta os dourados, louros anos.

58

Tiveram os flamengos dos hispanos,

Enquanto Portugal estava preso,

Na condição de súdito aos tiranos,

Ganhar quase o Brazil, tolo desprezo.

E quanta gente em tantos vis enganos...

De tal modo que ouvir "Livres", o aceso

Peito da Ordem de Cristo sobre o Rei

Que livrara este reino em nova lei.

59

Povos de Portugal, Brazil e Algarves,

Todo canto do mundo acendeu a fé

De acreditar na estrada, novas claves,

Dando à partida novo pontapé.

Só que os batavos tinham inda as chaves

E não arredariam daqui o pé.

D. João IV quis prestar ajuda,

Mas no Brazil a guerra já era muda[106].

60

É melhor ter a Guerra declarada

Do que crer numa paz tola e fingida[107].

Mas Vieira[108] por carta tão tomada

De forças e fraquezas, nesta vida,

Pela qual Portugal, coroa perdida,

Por arrogar-se forte na empreitada

Era isso que Vieira ali temia,

Que o lusitano império sumiria.

61

Tentou em seu Papel Forte[109] descrever

Os quatro pontos contra esta batalha.

Mas algo acontecera p’ra se crer:

A Inglaterra entra em guerra outra[110] e atalha

Os batavos na luta aqui e perder

O que na Europa pode ser tal falha.

Zela pelo Brasil a Providência

Tão sacra que os divide na fluência.

62

Necessitava apenas de empurrão

Para que todas peças se montassem.

Batavos cá fizeram a nação

Segundo a própria Holanda e aqui ficassem.

E não seria fácil a doação

Sobre povos que pelo amor matassem.

E se juntando pela Alta trincheira,

Muitas vidas passaram na peneira.

63

E é por Nossa Senhora dos Prazeres,

Luso-Pernambucanos se curvaram

Diante da fé maior mais os deveres

Na vantagem que deles nos marcaram

Só quando do Alto vir os tais dizeres

De só irmos em frente, pois travaram

Contra os batavos lutas tão ingentes

E na Igreja ali temos as sementes.

64

E fora em Guararapes no seu Morro,

Duas grandes batalhas e os dois lados:

Dos que a Portugal prestam o socorro

E d’outros que aos flamengos, cá instalados,

Bem felizes no estilo de um cachorro[111].

Pois é verdade, esquecem-se da aliança,

Do primo comandante e a esperança[112].

65

Outro guerreiro usou a marca do templo[113]

Que desde D. Henrique[114] faz altura.

Carrega no seu símbolo alto exemplo

Do que é pela moral e por nós dura.

Filipe Camarão que hoje contemplo

No livro de aço seu nome perdura[115],

Pelo que fez na história de seu tempo

E ágil contra holandeses no retempo[116].

66

E então junto de Clara, sua esposa,

Catequizaram índios de holandeses,

Porque Nassau foi como uma raposa,

Cuidou de tê-los contra os portugueses.

Mas Filipe acertou, pondo-os à lousa,

Ensinando o que falta em suas teses

Mostrando o lusitano como um bem

Que cá, na Vera Cruz, ama-a também.

67

Camarão junto de índios avançava

Enquanto o Terço Negro era de Henrique,

Fernandes e Vidal nada os parava,

Em Guararapes mesmo tom de Ourique,

Porque a nação inteira se abraçava

Na fé que em tantos anos se pratique...

E tomaram de volta dos batavos

Cada centavo além dos desagravos.

68

Camarão em cheio vê o que nele escorre

E percebe que ali o tom do vermelho

Naquele chão, dia último decorre,

E vida inteira passa num espelho,

Que se quebra ao cair, nada o socorre.

Enquanto Henrique contra os inimigos,

O braço ali lhe pula – que perigo!

69

Aqueles heróis firmam a jogada

Cada um, o calcanhar, a vida exposta,

Para a honra desta terra namorada,

Cada vida a bravura, teve a aposta,

Defender Pernambuco, essa morada,

Valia o coração naqueles dias

E para a eternidade Altas Poesias.

70

A Guerra Guaranítica soara

Anos mais tarde pela Vera Cruz.

Dum mal ainda estranho que plantara

Pela ambição humana sem a Luz.

Os da sete missões na luta rara

Caíram na certeza que seduz.

Pois buscar numa luta assim perdida

Vale tal resultado qual ferida?

71

E vem dos 7 povos os meus versos,

Da gigante missão dos guaranys.

A peleja foi imensa e bem imersos

numa guerra famosa, de ações vis,

misturaram vontade com perversos

até perder seu próprio céu de anis.

A mesma água que Baco inoculara

Fê-los cegos em luta tão amara.

72

Olhos desde o futuro viu Canudos

Naquele mesmo azar, chão de cobiça,

Mas os homens escolhem ficar mudos

E diante das dores, luz omissa,

Agem numa surdez co' olhos agudos

postos sobre uma lógica submissa.

E Marquês de Pombal surge tramando

O fim dos Jesuítas, desmontando.

73

Ad maiorem Dei gloriam* do jesuíta,

Cada índio, das missões, deram-lhes céu

Deixando seu tupã, Jesus imita,

Nova vida descobre cada réu,

Do Tratado em Madrid, que de lá agita

estes povos num mesmo fogaréu.

Lusos e Hispanos juntos em seus mandos

enviaram perversos, tantos bandos.

74

Sepé Tiaraju seus olhos lança,

ó guarani, que quer sua nação,

encarece o valor em nova dança,

pretende dar às flechas direção

e ajuda os guaranis e força avança,

nutridos num amor de coração.

Mas perdidos por dura e triste escolha,

numa guerra em que a fé fica caolha.

75

Cantarei Ñanguirú, nome da flecha

conhecida co' o nome do diabo,

que sabia encontrar a viva brecha

e o oponente ali mesmo dar cabo.

Ele junto a Sepé acordo fecha

tratar os inimigos com desgabo.

Pois assim dar coragem aos patrícios

nesta guerra tão cheia de suplícios.

 

Continua...

 


[1] Este exílio citado é com referência ao exílio de Adão e Eva, donde viemos.

[2] No vale de lágrimas, os degredados fihos de Eva.

[3] Ao sumiço tentando esquecer o Mestre.

[4] No esconderijo de uma vida apenas regada com prazer e fuga do plano de vida.

[5] Foi em Portugal, a primeira unificação em nação e toda ela em nome de Jesus Cristo. Donde o grande marco foi declarado: antes e depois de Cristo!

[6] D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal.

[7] Sabe-se disso com maior altura no Juramento de Ourique:
“Eu Dom Afonso, Rei de Portugal, Filho do ilustre Conde Dom Henrique, Neto do Grande Rei Dom Afonso: sendo presentes Vós o Bispo de Braga, e Bispo de Coimbra, e Teotónio, e os mais Magnates, Oficiais, e Vassalos do meu Reino: juro por esta cruz de metal, e por este Livro dos Santíssimos Evangelhos, em que ponho a mão: que eu mísero pecador, com estes meus olhos indignos, vi a Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, posto em uma Cruz nesta forma: Eu estava com meu Exército nas Terras de Além Tejo, no Campo de Ourique, para pelejar com Ismael, e outros quatro Reis dos mouros, que tinham consigo infinitos milhares de homens. E a minha gente atemorizada com esta multidão, estava enfadada, e muito triste, em tanto que muitos diziam ser temeridade começar a guerra (...)” – (Cristofania de Ourique).

[8] O verbo aqui “dilatando” e seu objeto “fé” é de intenção rastreável em Os Lusíadas de Camões, que explicita o plano lusitano da Ordem de Cristo.

[9] Trata-se de uma referência à História Romana por meio do herói Enéias. E que acreditamos pela sucessão de eventos origem da organização dos povos na Europa e assim por diante.

[10] Primeira dinastia portuguesa.

[11] Trata-se da estratégia deste rei em manter a Ordem do Templo com outro nome: a Ordem de Cristo. Foi quando percebeu que dizimariam os membros desta ordem na Europa.

No verso, ele está como poeta porque em sua época escrevera versos. E também conhecido como o “Lavrador” pelo apoio à Agricultura.

[12] Não havia quem pudesse assumir o trono em Portugal. Havia apenas uma princesa, D. Beatriz, e tentaram uní-la com um nobre de Espanha. Mas isso destemperou o aceite do povo.

[13] Essa história tem a ver com lutar para não ser tomado pela Espanha.

[14] D. João I, o filho bastardo de D. Pedro I de Portugal – O justo ou O Cruel.

[15] Nobre espanhol que casaria com a princesa. Como ela tinha 10 anos intensificou a revolta popular.

[16] Cabe lembrar cá que toda essa antiga história é parte da história do Brasil. O fato de sermos um país de Língua Portuguesa e de dimensões imperiais.

[17] A grande batalha de Aljubarrota onde se tinha na ordem numérica de 4 contra 1 lusitano. E mesmo assim o exército castelhano foi aniquilado.

[18] Foi o grande general com estratégias e táticas de guerra valiosíssimas.

[19] D. João I, o Mestre de Avis, também conhecido como “O de Boa Memória”.

[20] Verso de Camões sobre os filhos do Mestre de Avis, D. João I.

[21] O grande Rei D. Afonso Henriques.

[22] É sábido que o Rei D. Afonso Henriques denominara-se vassalo do papa, fato eminente na história dos reinos – um reino de Deus.
Manifestis probatum foi uma bula do Papa Alexandre III em 23 de Maio de 1179, que declara o Condado Portucalense independente do Reino de Leão, e D. Afonso Henriques, o seu soberano [http://www.arqnet.pt/portal/portugal/documentos/manifestis_probatum.html ].

 

[23] No verso seguinte, os nomes dos príncipes desta Ínclita Geração:

O termo “Ínclita Geração” está em Os Lusíadas:

Não consentiu a morte tantos anos

Que de Herói tão ditoso se lograsse

Portugal, mas os coros soberanos

Do Céu supremo quis que povoasse.

Mas, para defensão dos Lusitanos,

Deixou quem o levou, quem governasse

E aumentasse a terra mais que dantes:

Ínclita geração, altos Infantes.

Camões, Luiz de. Os Lusíadas, Canto IV: 50.

                                                                                                            

[24] Avanços da Astronomia na época e símbolo usado pelo el-rey D. Manuel.

[25] Portugal era um país em pleno esplendor e apogeu.

[26] Fora na época del rey D. Manuel que ocorrera o achamento da Vera Cruz.

[27] A imagem de Nossa Senhora da Esperança acompanhara a expedição de Pedr’Álvares Cabral.

[28] Cabo das Tormentas, a qual figura o gigante Adamastor. É óbvio que é sentido figurado para mostrar que desde a região do Cabo, Adamastor já começa a atrapalhar esta viagem.

[29] O deus que ajudou os lusitanos em Os Lusíadas.

[30] Que levou Cabral ao Brasil. Existe a hipótese de que esta passagem pelo Brasil foi programada, mas também sabemos que não havia o marco de pedra português para o achamento, o que reduz a força desta hipótese.

[31] Baco não tinha jeito, estava destinado a malfeitos.

[32] Um dos nomes de Vênus, cantada assim desde antes por Virgílio.

[33] Quando eles estavam no paraíso.

[34] Dos porquês das batalhas no céu.

[35] Aquele desvio e consequente queda das naus, daquele jeito, era impossível para os mestres dos mares, como conhecidos eram os lusitanos.

[36] Era baixo demais para os afamados deuses do Olimpo fazer aquilo.

[37] Anjos responsáveis pelas instituições, nações, etc.

[38] A céu aberto com a “carne e ossos tortos”.

[39] Júpiter.

[40] Fig. Retórica cujo falante emprega mesmos gestos e palavras do adversário. No caso, “...os lusos pouco haviam-lhes provado...”.

[41] Júpiter deixará Baco aventurar-se pelo Brasil.

[42] Oração do Credo

[43] Sabemos muito pouco nesta ordem de grandeza.

[44] O tratado de Tordesilhas.

[45] Os Lusíadas, Canto VII, 14, e Canto X, 140. A quarta parte, a Terra de Santa Cruz (Brasil).

[46] Muito pouco se falava sobre a Terra de Santa Cruz.

[47] O ouro recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado em Vila Rica.

[48] Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei no começo registra: “... aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me apareceu.”

[49] O capitão Gaspar de Lemos foi incumbido de voltar a Portugal para levar a carta sobre o achamento do Brasil ao el-Rey D. Manuel.

[50] Baco e Adamastor.

[51] O capitão Bartolomeu Dias, na sua viagem contornando a África, lidara com as tempestades e chamara alí de Cabo das Tormentas. Mas de fato era uma propaganda negativa que fez el-rey D. Manuel ressignificar para Cabo da Boa Esperança. O poeta nestes versos associa também essa tempestade no Cabo com a força do gigante Adamastor.

[52] Neste verso ressalta que para o capitão Bartolomeu Dias, decerto, essa rima, ou melhor, correlação não faz sentido algum e justamente para ele que conhecia aquele poder natural de perto.

[53] É útil lembrar que nos Lusíadas, Adamastor é a materialização das tormentas do Cabo.

[54] Em 12 (Tito Lívio Ferreira) ou 24 de maio (Pedro Calmon) do mesmo ano, na tempestade do Cabo, houvera perdas dos capitães Aires Gama da Silva, Bartolomeu Dias, Luís Pires e Simão de Pina, além de outras pessoas nas quatro naus.

[55] Rio mais extenso da Península Ibérica.

[56] Este fato é uma das evidências para os que creem que a expedição não tinha como intenção achar o Brasil.

[57] Falecera em 1520 e está ao lado de sua esposa Isabel de Castro.

[58] O achamento do Brasil e sua história: de colônia deixada de lado, passando à época do ouro, até o bloqueio continental e, depois, a Monarquia Brasileira.

[59] D. Pedro II em 1840 inicia o trabalho para reabilitar o nome de Pedr’Álvarez Cabral como herói nacional. Nestes anos quase houve uma briga diplomática ao ter descoberto o túmulo do capitão-mor em total negligência.

[60] Na Europa, os países com exceção de Portugal e Espanha reclamavam do Tratado de Tordesilhas.

[61] Em Pedro Calmon, Diogo Gouveia por diplomacia aconselha D. João III não confrontar o Rei da França, Francisco I, já que um podia precisar doutro, como assim um dia, Afonso V, em guerra contra Castela, pediu apoio a Luís XI.

[62] A estratégia de Portugal era pelo povoamento do novo mundo.

[63] O poeta, neste verso, anuncia que é eleito um anjo do principado para a Vera Cruz.

[64] Eis que do estreito do Pará, ao norte, em Fernado de Noronha e até o sul com São Vicente, dão-se a formação das Capitanias Hereditárias.

[65] Referência à carta de Pero Vaz de Caminha, nosso registro de nascimento.

[66] Ilíada e Odisséia de Homero e Eneida de Virgílio.

[67] Calíope (Καλλιόπη), musa da eloquência, poesia épica e da ciência, considerada a rainha das outras musas.

[68] O livro é o evangelho (ευαγγέλιο), que guia tudo que tem alma.

[69] A ideia do poeta é dizer que as divindades gregas eram na verdade os anjos caídos e que alguns deles sentiam saudade da verdade e que erraram.

[70] Prece do bardo a Calíope citando o evangelho.

[71] Como já dito, aqui reforça a ideia dos anjos caídos que ainda possuem o comportamento antigo.

[72] Eli (ήλί), origem hebraica, meu Deus. Pouco antes de Jesus perecer, ele fala aos céus: Mateus 27:46 Jesus diz "Eli, Eli, lama sabactâni (Ηλί Ηλί, λαμά σαβαχθανί)".

[73] Marco Polo

[74] Cipango era o antigo nome conhecido do Japão.

[75] 1543 – chegada ao Japão.

[76] A chega do navio Kasato Maru com os imigrantes japoneses.

[77] O Japão tem no Brasil o lugar onde há mais descendentes fora do Japão. Nesta estância o poeta, que é sansei, quis deixar registrado este evento.

[78] Este verso é uma alusão a lonjura que existe entre as duas terras.

[79] Depois dos versos terem cantado acontecimentos fora da Vera Cruz, eis que retorna para as terras cabralinas.

[80] Eram Tupinambás e tinham como rito serem canibais.

[81] Colocando como causa dos modos canibais a esta poção de Baco.

[82] Cabral.

[83] Ver carta de Pero Vaz de Caminha.

[84] Português que vive na aldeia dos Tupiniquins.

[85] Cacique Tupiniquim.

[86] Mouros, muçulmanos.

[87] Na Vera Cruz.

[88] Governador-Geral I.

[89] Nada havia de instrumentos para reger uma nação.

[90] Desde Martim Afonso era certo a necessidade de povoamento, pois o Brasil possuía dimensões imperiais.

[91] Deus acima de todas as coisas, acima de Júpiter.

[92] Eli, vem do hebraico, elevado. Em suma, no verso, Deus.

[93] Governador-Geral II.

[94] Santo José de Anchieta.

[95] Os caetés nem eram canibais como os tupinambás para ter a força do oponente totalmente dominada, mas comiam a carne porque não trabalhavam a terra.

[96] Sobre as pessoas que vinham de Portugal.

[97] Rostos das orfãs que molhados ficaram pelos golpes na idosa.

[98] Clamavam por Deus.

[99] A vinda do III Governador Geral, Mem de Sá, em 1556. Um dos melhores governos daqueles tempos. Um dos objetivos foi combater os nativos canibais e expulsar os franceses do Rio de Janeiro.

[100] Fernão de Sá, morto na praia, a flechadas. Livro I do Santo Anchieta – De Rebus Gestis Memdi Sáa.

[101] Serra, cidade do Espírito Santo atual. A muda significa uma força que viria a ajudar o exército português.

[102] Índios parecidos fisicamente e contrários as atrocidades dos tamoios.

[103] A famosa Batalha de Ourique cujos portugueses em menor número guiado pelo que seria o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, vencem a batalha.

[104] Pela astúcia e estratégia.

[105] El Rey D. Sebastião na batalha em Alcácer Quibir tem lutas difíceis e some completamente das vistas dos soldados portugueses. Virou uma lenda o seu retorno a Portugal.

[106] O povo brasileiro queria expulsar os holandeses.

[107] Manoel de Moraes, em outubro de 1648, redigira parecer que o rei D.João IV solicitava aos que tinham experiência em assuntos holandeses.

[108] Pe. Antonio Vieira lista as fraquezas de Portugal frente às oportunidades para não declarar a Guerra e entregar Pernambuco assim como outras capitanias aos Holandeses.

[109] Documento escrito em 1648 por Pe. Antonio Vieira expondo ao Rei D. João IV as impossibilidades da guerra contra a Holanda.

[110] A sua política externa levou a um conflito com a República dos Sete Países Baixos, em 1652 - a Primeira Guerra Anglo-Holandesa, que acabou por ser vencida pelo almirante Robert Blake, em 1654, com Cromwell já na função de Lorde Protetor.

[111] Traidores dos próprios brasileiros.

[112] O primo comandante é Cabral e a esperança é a imagem da Nossa Senhora da Esperança que viera em viagem com o capitão-mor.

[113] Marca do Templo é uma referência aos guerreiros do templo, também chamados de templários, que mais tarde quando estava para ser extinta, com uma manobra política do Rei D. Dinis junto ao Papa Clemente, transformaram-na ORDO MILITIAE IESU CHRISTO.

[114] O infante D. Henrique, príncipe do oceano atlântico, da ínclita geração de Avis.

[115] Livro dos heróis da pátria brasileira, apesar de nele também existir nomes claramente contrários a ideia de heróis.

[116] Retempo, de grande oportunidade.