Monólogo da arte de viver...
Hoje acordei e me dei conta de que estava vivo... É engraçado, poucas vezes percebemos isso, apesar de ser tão óbvio e tão comum. Mas o mais estranho é que senti saudade de pessoas que marcaram épocas, fizeram histórias, enriqueceram meus caminhos, me ensinaram o que verdadeiramente é o amor e a cumplicidade de uma amizade sincera e gostosa...Fiquei ali, sentado na cama um bom tempo a viajar pelas casas da amarelinha de minha vida e notei que várias etapas foram tão importantes quanto as que eu quis pular por haver uma pedra no meio do caminho ou pelo receio de pisar no inferno, para poder assim chegar ao céu. Percebi novamente que temer o inferno era tão natural como desejar estar no céu e que o inferno era o que na real mostrava meus medos enquanto o céu me incentivava a superá-los.
Senti-me privilegiado, carente ao mesmo tempo...Tudo porque adentrei na imaginação e me permiti vivenciar realidades de outrora. Um verdadeiro sonho acordado! Senti que a vida podia se resumir a isso. Mas vi que as poucas recordações marcantes eram deliciosas de se estar vivenciando novamente, talvez, porque agora, pude apreciá-las como outrora elas mereceriam se o tempo voltasse atrás. Conclui então que não estava arrependido de erros e decepções, ao contrário, a essência destes foram imprescindíveis para o meu crescimento. E que apenas tinha eu hoje, um certo paladar mental mais aguçado para aqueles momentos inesquecíveis, mesmo os aparentemente desagradáveis. Infelizmente, num pequeno relance sobre o relógio de cabeceira, percebi que precisava voltar a morrer, antes que eu perdesse a hora...
Wellington Firmino