Meus momentos sozinho

Fazem-me companhia meus livros em meu quarto solitário
Onde descansam também ao meu lado o sax, a flauta e teclado,
Tenho uma máquina de escrever para datilografar o imaginário
Onde marco em papel branco minhas letras ao me ver chateado,
Brilha prata uma caneta tinteiro prenda de minha filha no aniversário.

Em pé, sempre pronto para dedilhar, meu violão sem o Mi
Que me pede triste uma música a lhe arrancar da madeira,
Canta com seis vozes sonoras tentando o seu sorriso sorrir
Uma deliciosa cantiga de ninar que toco na predileta cadeira.

Tenho meus poetas queridos olhando-me das prateleiras,
Os filósofos amados esperando-me afoitos que gritam por carinho,
Os taciturnos professores de meus cadernos de direito
E também da administração os gurús mostrando o caminho.

E percebo alegre a multidão contente que vive em meu cantinho.
Não dá para sentir-se só.