Que será de nós idosos de amanhã?
Seres de ontem
Experiências de hoje.
Descaso com o humano
Pessoas que lutaram como nós
Que também tinham sonhos
E que hoje, sofrem, choram, imploram, morrem
É deprimente nos olhar no espelho
Imaginando assim eu serei!
Se é isto que queremos para nós mesmos
Basta cruzarmos os braços
E aguardarmos a nossa hora, a nossa vez
A nossa sentença de falsa inocência
E todo sofrimento, toda dor que toleramos ver
Sentiremos igualmente na pele.
Por isto e com isto, Não nos calemos!
Gritem não a estes endinheirados demagogos
Políticos, corruptos, seres irracionais
Inflexíveis, desumanos, seres repugnantes...
Eles não precisarão de abrigos, asilos
Talvez nem de hospitais, nem de aposentadorias...
Eles se decretam imortais, seus cargos são vitalícios...
Vamos! Puxemos os tapetes dos seus pés
No dia das eleições, do voto alma deles...
Que eles caiam na dura realidade nossa
Duro solo do nosso árduo caminhar
Que eles sintam as dores da humanidade
A nossa dor...
Que eles reconstruam-se se isto for capaz
E voltem a ser humanos e racionais de verdade
E que enfim conscientizem-se
Que todos nós somos e estamos efêmeros...