AUTO-RETRATO
Olho o meu olhar, a preto e branco...
Ali, naquele dia, o dia era todo cor... Porquê a névoa?
Procuro, nos meus olhos, o que eu fui, procuro a cor, mas o olhar foge-me, para além do branco maltratado do papel (pelo Tempo!), para além do esboço inerte do carvão (que eu quedei, ali, para a eternidade finita da minha lembrança...).
E o olhar, em fuga, não me explica a dor, não me explica a insondável melancolia que emana dos traços, ingénuos, inocentos, que mancham o meu auto-retrato, em plena primavera dos meus dezoito anos...
Em tempo de tudo, porque reflicto o nada?!...
"Menina de olhos tristes,
Que adivinha teu olhar,
Que naufrágios entreviste
Na placidez do teu mar?"
(À laia de legenda do auto-retrato, desenhado em 1979)
Olho o meu olhar, a preto e branco...
Ali, naquele dia, o dia era todo cor... Porquê a névoa?
Procuro, nos meus olhos, o que eu fui, procuro a cor, mas o olhar foge-me, para além do branco maltratado do papel (pelo Tempo!), para além do esboço inerte do carvão (que eu quedei, ali, para a eternidade finita da minha lembrança...).
E o olhar, em fuga, não me explica a dor, não me explica a insondável melancolia que emana dos traços, ingénuos, inocentos, que mancham o meu auto-retrato, em plena primavera dos meus dezoito anos...
Em tempo de tudo, porque reflicto o nada?!...
"Menina de olhos tristes,
Que adivinha teu olhar,
Que naufrágios entreviste
Na placidez do teu mar?"
(À laia de legenda do auto-retrato, desenhado em 1979)