Humanos

Animais bestiais! Vocês perderam o respeito por tudo, por todos, pela vida. Deixaram o caráter de lado e agora chafurdam em seus próprios excrementos.

Almas medíocres! Esqueceram a cordialidade e a sociabilidade para se tornarem parasitas uns dos outros, sugando o que resta de confiança e esperança no porvir.

Oh humanos! Aprenderam a andar eretos, dominaram o fogo, moldaram a roda, cultivaram seus próprios alimentos, desenvolveram a linguagem e a escrita e, por isso, destacaram-se dos irracionais. Mas... e agora? O que pretendem?

Vocês são vis, mesquinhos, incapazes de explicar ou compreender o significado de honra, respeito, liberdade, igualdade. Dizem-se racionais, mas vilipendiam a razão! Exaltam a virtude de suas almas, mas corrompem e manipulam a crença alheia para atender às suas ambições.

Em busca de alimentos, seus filhos reviram o lixo (que vocês mesmos produziram), cada um com a vileza que lhe é peculiar, em uma luta insana pela própria sobrevivência e pela aniquilação dos demais – ameaças que representam.

Oh humanos! Vocês infectaram a razão, contaminaram a inteligência! Nada mais resta além de uma turba de desgraçados, indignos de honrar a história que carregam.