No inferno

Estou sozinho.

Minto! Há também os meus demônios...

Eu e meus demônios, juntos no frenesi da dança, sangrando loucuras, cuspindo fúria. Eu e meus demônios, meus bons companheiros vis, que me atiram ao fogo do Inferno e lançam minha mente ao delírio.

Ah, que dor! Não cessa mais. Minha alma não se cala, geme de pavor e meu corpo, tão inocente, estremece em resposta ao medo. De quê? Da tormenta que me cerca, do ódio fora de controle, dos lamentos, das saudades e até mesmo da paz.

Talvez eu consiga fingir um sorriso, um pequeno sorriso. Assim posso registrar esse momento feliz. Raro momento feliz, e falso, porém feliz.

Papito
Enviado por Papito em 12/04/2008
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T942748
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