Voz
Nas minhas orações
Levanto as mãos para o vazio
Para um ser que penso existir
Tento compreender suas verdades
E sou incompreendido por chamar algumas de tolice
Nesse instante sou condenado ao inferno
Mais qual deles?
Alguém pensa que está no paraíso
Na desgraça de ser humano
Humilhados e escravizados
Estou de joelhos e mãos dadas
Sempre foi assim
Assim demonstro minha obediência
A tudo que é invisível
A todo novo miserável desejo
Estou cansado de buscar o cálice
Para beber desta água imunda
Que me faz viver na mentira
Pela verdade de alguém que acreditamos ser Cristo
Corrupção
Riqueza
Inquisição
Sacrilégio
Tartufo
Opressão
Agora estou sozinho
Frente a esse altar
Onde tantos foram mortos
Corrompido e condenados
Alguns tão ruins que viraram santos
Inquisidores e desgraçados
Tem como dote as graças divinas do céu
Orai pro nobis
Pelos que se foram
Pelos que pagaram o preço por pensar e ir de contra a lei divina
Hereges!
Por favor, continuem orando
Sem esquecer-se de pedir a Deus
Que se por acaso fraquejar
Ou se desvirtuar de suas leis
Que embora tão distante de ser verdade
Que não sejas queimado pela inquisição onde a cada dia
Alimenta sua alma de mentiras