Voz

Nas minhas orações

Levanto as mãos para o vazio

Para um ser que penso existir

Tento compreender suas verdades

E sou incompreendido por chamar algumas de tolice

Nesse instante sou condenado ao inferno

Mais qual deles?

Alguém pensa que está no paraíso

Na desgraça de ser humano

Humilhados e escravizados

Estou de joelhos e mãos dadas

Sempre foi assim

Assim demonstro minha obediência

A tudo que é invisível

A todo novo miserável desejo

Estou cansado de buscar o cálice

Para beber desta água imunda

Que me faz viver na mentira

Pela verdade de alguém que acreditamos ser Cristo

Corrupção

Riqueza

Inquisição

Sacrilégio

Tartufo

Opressão

Agora estou sozinho

Frente a esse altar

Onde tantos foram mortos

Corrompido e condenados

Alguns tão ruins que viraram santos

Inquisidores e desgraçados

Tem como dote as graças divinas do céu

Orai pro nobis

Pelos que se foram

Pelos que pagaram o preço por pensar e ir de contra a lei divina

Hereges!

Por favor, continuem orando

Sem esquecer-se de pedir a Deus

Que se por acaso fraquejar

Ou se desvirtuar de suas leis

Que embora tão distante de ser verdade

Que não sejas queimado pela inquisição onde a cada dia

Alimenta sua alma de mentiras

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 04/04/2008
Reeditado em 14/12/2009
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