Prostituta

Vou por ali, passando apressada, sem ter pra onde ir mas com pressa.

E então te avisto, nua e angelical. Pedes ajuda. Mas por que logo à mim, que passava ali com tanta apatia e desprezo com a minha volta?

Não neguei ajuda, zombavam de tu, homens...melhor, meninos tolos que não queriam devolver tuas vestes. Você Prostituta, deu sorte por ter conseguido minha atenção. Não é prepotência, é estar perdida e cega.

Caminha comigo até meu destino que não era definido mas que eu dizia que precisava chegar logo. Conversamos e conversamos, a Prostituta mais meiga que conheci. Tu dissestes que sofria muito preconceito, eu respondi que à mim seu trabalho era como os outros, e adimirava sua coragem. Fomos nos conquistando em questões de segundo.

Meu salto ainda quebrado, fazia meu pé doer, e precisava ir ao banheiro, mas dessa fez não era pela necessidade da fuga, e sim de outra, rs. Tu me acompanhou, ainda estava há alguns minutos de nós, o tal banheiro, de algum lugar que não sei bem o que era.

Prostituta, você estava acostumada com um vocabulário que não precisava ser usado só porque és Prostituta. E então, me disse por outras palavras, que sua boca e sua mente desejavam conhecer sexo feminino, eu enteni o recado. Tu se apaixonastes por mim. Eu até estava gostando da idéia, confesso.

Chegamos ao banheiro, entrei e dexei a porta semi-aberta, você chegou perto, mas não entrou, de lá fui embora, segui pro meu destino, e você toda bela, angelical e frágil, ficou donde embarquei, imaginando se me verias de novo.

Frágil, frágil e doce criatura humana. Despertastes também minha paixão.

Mas você teve medo, enxerguei em seus olhos. Não seguiu teus instintos e vontades, não ousou, e então...minha paixão por ti acabou.

Doce Deleite
Enviado por Doce Deleite em 03/04/2008
Reeditado em 03/04/2008
Código do texto: T928679