sonho bom

Erguermos os braços afim de alcançar a esperança que levaram daqui;

Ausentes nos lugares onde vossa voz faria eco, entregues todos os dias a própria sorte.

Em cortes, vosso filme fica preto e branco, retrocede, se torna mudo;

E quando? E quanto? E onde?

Quando veremos vossos braços serem trançados por outros entregues ao amor?

Quanto vale um sorriso por uma felicidade real ou quanto vale a verdade dada de graça e pela Graça?

Onde habitaremos quando terminarmos de destruir este mundo?

Caia chuva sobre vossas cabeças, refresquem vossas idéias e limpem vossas mazelas maldosas,

Cure, ó Deus, vossa doença chamada desamor.

Vi um homem ao pé de um monte que, após correr o campo verde, repousou ao pé de uma ameixeira, seus olhos brilhavam. Estava nu de tudo, não trazia bagagens, falava em nome do amor e em voz baixa,compassada, falava:

"Toca ó minha alma a alma do outro, e leve para o jardim que vós tens me levado; faça o outro ver na claridade, a luz que não se mostra no exterior.

Desnuda-o, e que então possa este que tu tocas ver que nada somos enquanto não doamos; que individual é só o ódio, o amor é algo coletivo."

Discursava entre os pássaros e ninguém o ouvia pois estava só em seu mundo. Lhe chamei de "Sonho Bom" e o apelidei de "Sonho da Madrugada", e quando tentei chegar perto do "Sonho Bom", então acordei do surto psicótico que me dominava pela noite e vi que não existia, nós! Nem tu. Somente eu.

Chorei! Pois, mais uma vez percebi que minha solidão era tão hipócrita e egoísta quanto minhas idéias e, que meu amor pelo outro é artificial e não condicional, pois não é praticado, somente sonhado,

que sentimento miserável e humano.

guido campos
Enviado por guido campos em 01/04/2008
Reeditado em 12/07/2013
Código do texto: T926665
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