sonho bom
Erguermos os braços afim de alcançar a esperança que levaram daqui;
Ausentes nos lugares onde vossa voz faria eco, entregues todos os dias a própria sorte.
Em cortes, vosso filme fica preto e branco, retrocede, se torna mudo;
E quando? E quanto? E onde?
Quando veremos vossos braços serem trançados por outros entregues ao amor?
Quanto vale um sorriso por uma felicidade real ou quanto vale a verdade dada de graça e pela Graça?
Onde habitaremos quando terminarmos de destruir este mundo?
Caia chuva sobre vossas cabeças, refresquem vossas idéias e limpem vossas mazelas maldosas,
Cure, ó Deus, vossa doença chamada desamor.
Vi um homem ao pé de um monte que, após correr o campo verde, repousou ao pé de uma ameixeira, seus olhos brilhavam. Estava nu de tudo, não trazia bagagens, falava em nome do amor e em voz baixa,compassada, falava:
"Toca ó minha alma a alma do outro, e leve para o jardim que vós tens me levado; faça o outro ver na claridade, a luz que não se mostra no exterior.
Desnuda-o, e que então possa este que tu tocas ver que nada somos enquanto não doamos; que individual é só o ódio, o amor é algo coletivo."
Discursava entre os pássaros e ninguém o ouvia pois estava só em seu mundo. Lhe chamei de "Sonho Bom" e o apelidei de "Sonho da Madrugada", e quando tentei chegar perto do "Sonho Bom", então acordei do surto psicótico que me dominava pela noite e vi que não existia, nós! Nem tu. Somente eu.
Chorei! Pois, mais uma vez percebi que minha solidão era tão hipócrita e egoísta quanto minhas idéias e, que meu amor pelo outro é artificial e não condicional, pois não é praticado, somente sonhado,
que sentimento miserável e humano.