Colheita
Meu patrimônio é a vida,
Minha moral, o meu espelho,
Caminhei muito, prá ficar aqui parado...
Não adianta esperar dos outros, aquilo que você não pode ser...
Sou prático, não sou dogmático,
Sou realista, longe de ser cruel,
Palavras bonitas nunca encheram meu ego,
No entanto, meu ego quase sempre, me fala bonito...
As cinzas não representam o fim...
Contam sempre uma nova história,
Que ainda não foi ouvida, por que talvez não tenha sido contada,
E a nossa ganância, nos prende a empatia...
De caminhos obscuros,
Que desgovernam os nossos sentidos,
Fulminam em questões, quase sempre respondidas,
E o nosso alcance, fica às escondidas...
Nada significativo, tão pouco sustentável,
Nada coagido, tão pouco lamentável,
A colheita sempre é justa,
Não adianta plantar dúvidas esperando certezas...
O mar lá fora nos inunda...
Com um arsenal de contemplações,
Mas isso não nos alimenta, não nos comove,
Se morremos afogados...
O amor é real, mas nem sempre perfeito,
Rico, mas nem sempre feliz,
O mêdo nos assombra, nos revida,
Em uma ilha desconhecida e selvagem...
Diante do abismo,
Esquecemos da queda,
Só que já não existe coragem,
Para se falar de alturas...
É assim que nos sentimos, é assim que amamos,
É assim que fingimos, é assim que erramos...