IMPRESSÕES VERDADEIRAS I
Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém, há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.
Bertold Brecht.
Sou do tipo de cabra amante da verdade, da inteligência e da sabedoria. De modo que estou sempre à procura de fenômenos nos quais estas dimensões se manifestem.
Ao ser eleito, em assembléia, para compor o que se denomina “Comando de Greve”, confesso ter ficado meio ressabiado. Não obstante, com esses dias de paralisação, tal estado foi deixado para trás dando lugar a uma certeza de que me encontro em meio a um grupo de colegas absolutamente convicto da “transcendentalidade” da Cidadania. Ou seja, Política, Participação, Consciência são nada se a totalidade do sujeito não se fizer presente. Nos ensinamentos destes mestres está bem claro: ou se luta por tudo aquilo que for capaz de nos tornar mais humanos (e quantas coisas, meu Deus) ou estaremos nos apequenando como cidadãos.
Só a presença da professora Gilda Schmidt no movimento (que teria tantos motivos para não participar) me enche de esperança e redobra minha convicção de que, apesar das intempéries, vale a pena ser professor. A senhora, sem a menor sombra de dúvida, é daquelas que fazem o sol estalar na mais resistente das noites. Que dizer do professor Albano Pereira, e do professor Fábio Duarte, e do professor Caio Silveira, e do professor Antônio Carlos, e da professora Adriana Cristina Santos, e do professor Antônio Nobre, e do professor Fernando Bandeira, e do professor Antônio Cláudio, e da professora Zoreide Maia? Ora, os senhores e senhoras são autênticos desbravadores de possibilidades. Com vocês, à Roland Barthes, aprendemos que neste mundão tresloucado o que vale mesmo é sentirmos profundamente os genuínos sabores das coisas. Com vocês, tenho ceado o mais sublime dos banquetes, que outra coisa não é, senão a comunhão da Justiça. Portanto, brechteanamente falando, vocês são imprescindíveis.
Obs. Reproduzo este texto como uma homenagem aos colegas da Universidade Federal do tocantins que, ao longo da última greve, foram à luta. Não ficaram na retótica demagógica e tampouco oram passear. A lista, é claro, é enorme; todavia, estes compuseram o que se pode chamar de "batalhão de choque". Valeu!!!