ALGURES

O tempo é temperado de saudade

Numa lágrima solitária

Que salga os instantes que não sinto

A presença de um corpo quente

Entregue ao meu toque

Há um relógio na alma que alarma

Um socorro fazendo eco

Do fundo de um poço e se estilhaça

Num relâmpago escuro de trevas

E então escrevo uma mensagem

Perdida por um qualquer bosque

E aguardo que um ser a encontre

E decifra o conteúdo que me ecoa

Um alguém de nenhures

Que chegue comigo a algures

Entre ambos ambicionado

No alcance de uma gestão de emoções

Equilibradas de sucesso