LÁGRIMAS
Lágrimas, indigentes, abandonadas,
Perdidas no vão, do que se pode chamar: SOLIDÃO.
Sonhos incessantes, instantes que não terminam...
Buscar e não encontrar,
Amar, e não revelar...
Lágrimas, que batem dentro de mim,
Com pancadas, que ainda, posso ouvir...
Coisas, que não se explicam...
Chorar, é como buscar o que não se pode ter,
É como querer, e não poder possuir...
É como correr, e não alcançar...
E assim pode-se considerar os lamentos,
Pode-se entender a solidão,
Como dor que apavora,
Ilusão que se esvai, desilusão,
É dormir, sem querer acordar...
É pedir ao silêncio do implorar,
Lágrimas, assim, são as lágrimas,
Neste cortejo de vida,
Onde se caminha, em busca do nada,
Onde a espera, é somente palavra,
Defini-la é a forma mais simples,
De entendê-la...
E por todas as vidas,
Caminha-se assim quem chora,
No vazio, das mais profundas palavras,
No inteiro espectro da alma,
É fugir sem querer se encontrar,
É optar pelo incerto, com a sabedoria melancólica,
De quem sabe somente chorar...
Lágrimas, são os compassos rítmicos,
Que dançam dentro do espírito,
Em movimentos de solidão,
Não há tempo, para decidir
O quando, o quanto, o tanto, o por enquanto,
Parece algo, que fica para sempre,
Que não se finda, com outro sorriso,
Que não se aquece com outro abraço,
Que não se realiza com outro prazer,
Lágrimas, que choram pela vida inteira,
Na busca de quem se foi, prometendo voltar,
De quem deixou dentro de mim,
Desejos e desejos de amar,
De quem em troca da sua vida,
Se fez para mim, a eternidade de chorar,
Porque sem ele, não sei ficar,
Sem ele, não posso reagir,
E morro dentro de mim,
Sem nunca mais, poder amar...
Lágrimas, que ficam sem respostas,
Sobrepostas às minhas culpas
Assim, somente assim,
Posso defini-la,
Posso tocá-la...
Nas lágrimas, que um dia,
Deixou minha alma, viver solitária,
Permitiu que eu fosse, a culpada
Da dor que é grande e danada,
Do silêncio, que não pode se expressar,
Do viver por viver, sem poder amar...
Lágrimas, que choram como criança
Sem fim, sem fim, dentro de mim.
Del Dias