Perguntas sem respostas
Será que ouviremos do vento
As respostas às perguntas de Bob Dylan
“Blowin in the Wind”.
Sim...já se vão mais de quarentanos
E a canção ainda povoa à nossa mente
Entoando...Cobrando...Sugerindo...Eclodindo
Filosofando sobre a paz, a guerra, a liberdade...
Sobre os caminhos do homem sobre a terra
E daí ...Senhor dos céus e dos ventos?
E daí... Homem repleto de contrassensos...
Quero ouvir da tua boca a resposta do amor
Fale-me das tuas incansáveis caminhadas
Dos teus percalços... Calçados ou descalços
A palmilhar na estrada com teus cansaços
Fale dos teus sobrevoos... Das nuvens...
Dos voos das balas e dos teus canhões
Do aconchego... Do calor das choupanas...
Dos teus mergulhos nas águas... Nas praias
Do que fizeste pra preservar a natureza
Das suas composições em defesa da beleza
O mar conseguiu engolir as montanhas?
Você se soltou... Tornou-se um ser livre...
Refletiu... Aí por dentro das suas entranhas?
Ou ainda é prisioneiro nas fugazes façanhas?
Há que se perguntar novamente ao vento...
Se você não continua fugindo em teus lamentos
Sem vislumbrar o amor ao próximo
Olhando só para seu próprio umbigo
Se achando o máximo dos máximos
Desorientado percorrendo milhas e milhas
Podemos encontrar a tal cidade da caridade?
Onde habita o amor e a fraternidade
Sem o castigo das dores e seus horrores
Partilhando a paz... A alegria e o pão
Sim! Lá mesmo onde reina a simplicidade...
A pureza e a naturalidade descomplicada
Ainda há tempo... Cultive o teu pensamento
Antes que a morte chegue num momento...
Sem sobrar espaço para a resposta do vento.
Hildebrando Menezes