Sombras (A Espera)
Sombras
Ouço gritos vindos do lado de fora, de natureza estranha/sobrenatural, acordo assustado, no meio da noite...
Sombras pelas paredes, vultos de um passado longínquo, sangue e suor invadem minhas lembranças.
A Mão firme segura o punhal que a todo custo deseja ser usado, o frio que invade meu quarto pelas frestas da janela, corre pela espinha e por sobre a minha pele, lágrimas e soluços entoam uma canção, os olhos atentos para porta que range querendo se abrir, ouço uma voz ao longe, quase imperceptível, jurei ser você a me chamar, mas, como poderia, se você esta morta.
Digo a mim mesmo:
- É um sonho! Fruto de minha imaginação.
Seu rosto se faz presente nesse momento, sorrindo, senti seus beijos, senti o calor de nossos corpos, aquecendo por instantes, esse vazio insuportável. Tudo se desfez em segundos, desde aquele dia, amarga em minha boca as palavras que nunca disse, sobre o que sentia, por não achar que fosse importante, quis tantas vezes encontrá-la, mas, ao lado dorme uma criança, que traz em seu rosto um pouco de você, ela precisa de mim, tanto quanto preciso de você, me rendo a esse pensamento, afastando o punhal mais uma vez, você terá que esperar, por que hoje não posso abandonar nossa filha.
Texto: Sombras (A Espera)
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 10/08/1999